Opinião

Navalny leva a aliança militar China e Rússia?

11 mar 2021 16:31

Para Navalny, os imigrantes muçulmanos são iguais a baratas e a solução é armar os cidadãos para combater esta praga. Posição que voltou a defender em uma entrevista ao The Guardian em 2017.

No passado mês de fevereiro a Rússia, pela voz Sergei Lavrov (ministro dos negócios estrangeiros) fez um comunicado que pode mudar drasticamente as suas relações diplomáticas com a União Europeia.

A Rússia está disposta a cortar todas as relações económicas e diplomáticas com a UE. Afirmando ainda que "Se quer a paz, prepare-se para a guerra".

Esta situação decorreu da discussão no parlamento europeu da aplicação de novas sanções à economia russa devido à prisão de Alexei Navalny por violação da liberdade condicional em que se encontrava.

Nalvany justifica que essa violação se deveu ao suposto envenenamento que foi alvo por parte do Kremlin que o obrigou a recuperar na Alemanha.

O mundo ocidental encabeçado pelos Estados Unidos da América, Reino Unido, Alemanha e França condenaram a decisão dos tribunais russos e o próprio chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, exigiu a "libertação imediata" de Nalvany.

Para a Amnistia Internacional, a Rússia acabava de destruir o que restava de justiça e direitos humanos no seu país.

Importa lembrar quem é o homem que pode ser o responsável pela destruição da relação da Rússia com a UE.

Alexei Navalny entrou na política russa em 1999 ao filiar-se no partido liberal Yabloko.

No final de 2007 Navalny é expulso do Yabloko pelas suas posições xenófobas e nacionalistas e decidiu formar o seu próprio partido, o Narod, com posições nacionalistas e anti-imigração.

Em 2013, teve um ótimo resultado na corrida à câmara de Moscovo com perto de 28% dos votos. No entanto, nunca mais conseguiu um resultado relevante.

Nas últimas eleições presidenciais os partidos com posições pró-ocidentais que ele representa não chegaram aos 3% dos votos.

Muito abaixo do segundo mais votado, o candidato do Partido Comunista com 11,77% e do líder nacionalista Zhirinovsky com 5,65% dos votos.

Para Navalny, os imigrantes muçulmanos são iguais a baratas e a solução é armar os cidadãos para combater esta praga. Posição que voltou a defender em uma entrevista ao The Guardian em 2017.

A União Europeia está a colocar em risco a sua relação, já complicada, com o maior país do mundo do qual depende em muito para a sua prosperidade económica por causa de uma figura criada pelos Estados Unidos.

Figura essa que serve de pretexto para justificar sanções e mais sanções sobre a Rússia que apenas servem para proteger os interesses económicos dos Estados Unidos.

Esta crise coloca em risco a própria segurança da União Europeia, uma vez que não tem capacidade de enfrentar militarmente a Rússia.

Curiosamente poucos dias após as afirmações de Sergei Lavrov, sobre o fim das relações Rússia – União Europeia, agências de notícias chinesas tornam público a vontade da China e da Rússia para assinar uma aliança militar oficial...

Texto escrito segundo o Acordo Ortográfico de 1990