Sociedade

Um recanto que permanece tal como a natureza o desejou

22 jul 2017 00:00

Parque de Merendas do Pisão, na Bajouca, Leiria, atrai visitantes de várias cidades do País.

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Um moinho movido a água, um forno da cal, cerca de 15 pontes sobre a ribeira da Bajouca, num espaço repleto de diversas espécies autóctones. O Parque de Merendas do Pisão, localizado na Bajouca, Leiria, permanece tal como a natureza o formou.

“Preocupámo- nos em não alterar nada do que nasceu e do que foi nascendo”, afirma Fátima Fernandes, presidente da Associação Bajouquense para o Desenvolvimento (ABAD), que é responsável pelo parque.

O Pisão era uma zona “abandonada”, onde frequentemente deflagravam incêndios, recorda. Foi a criação da ABAD, em 1991, que impulsionou a construção de um parque de merendas naquele local e toda a a população se mobilizou para limpar o terreno.

“Começou com um pequeno cantinho e foi crescendo”, lembra Manuel Santos, um dos fundadores da associação. Hoje, o parque conta com cerca de dois hectares adquiridos pela ABAD. “Um dos princípios da associação é o desenvolvimento e nós tencionávamos desenvolver o património, a nossa cultura do barro e o ambiente”, acrescenta ainda Fátima Fernandes.

O parque do Pisão dispõe de uma casa de apoio, casas de banho, assadores com chaminé, mesas para piquenique e um parque infantil, que irá ser requalificado, assegura a responsável. É aberto ao público mas não se espante se nunca ouviu falar dele. É que a “publicidade” não é uma preocupação da associação.

A maioria das pessoas que frequentam o parque são da zona de Leiria. No entanto, Manuel Santos diz que há visitantes de vários pontos do País, por exemplo, de Castelo Branco. “Vêm, essencialmente, pessoas que vivem em cidades”, realça.

Além disso, o parque recebe também várias excursões. “É bom para nós, mas espécies não gostam. As pessoas colhem, danificam e destroem”, diz Fátima Fernandes. “Não nos interessa o turismo de massas”, adianta a responsável sublinhando que as pessoas devem respeitar e preservar aquele espaço, que é de todos.

O que mais atrai os visitantes é “a própria morfologia” do parque. “Há espécies únicas. São espécies preservadas que não queremos identificar propositadamente.”

Um dos “principais pontos de interesse” é o moinho, além do forno da cal que também desperta a curiosidade dos visitantes. “Há 65 anos vi cozer cal naquele lugar.” Recordando-se disso, há cerca de 25 anos, com ajuda de uma retro-escavadora, Manuel Santos conseguiu localizar o fundo “onde ainda estava a cal”.

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