Economia

Metade da produção suinícola pode desaparecer até ao Verão

14 abr 2016 00:00

Região de Leiria entre as mais afectadas pela crise

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Raquel de Sousa Silva

O sector da suinicultura “está à beira do colapso e a região de Leiria vai ser particularmente afectada”. O alerta é de David Neves, presidente da Associação de Suinicultores de Leiria, que anteontem integrou um grupo de produtores que estiveram no Norte do País em protesto.

“Estimamos que na região de Leiria mais de 50% da produção possa desaparecer até Junho. É dramático”, disse o dirigente ao JORNAL DE LEIRIA, lembrando os impactos sociais que daí advirão.

Na terça-feira de manhã, cerca de 70 suinicultores de todo o País concentraram- se junto ao estádio de Leiria, seguindo depois rumo à Porminho (uma das maiores empresas de charcutaria do País), em Famalicão, para protestarem contra a preferência de muitas empresas por carne espanhola.

Foram recebidos pela administração e, de acordo com a Lusa, conseguiram vender um camião com 100 porcos de que se fizeram acompanhar. Segundo João Correia, representante dos suinicultores, citado pela Lusa, os responsáveis da empresa (escolhida por ser considerada simbólica no alerta para a “perda de soberania portuguesa” em matéria de alimentação) “mostraram-se sensibilizados com o problema da suinicultura portuguesa e mostraram abertura para baixar as importações espanholas”.

Ainda em Leiria, David Neves garantiu que ao sector “ainda não chegou nada [nenhum apoio]” e que há medidas que não custam dinheiro aos cofres públicos que, se fossem implementadas, poderiam ajudar a suinicultura nacional. É o caso da rotulagem, para identificação da origem da carne.

Aos consumidores deixou um apelo: “Exijam saber o que estão a comprar, façam a opção pelo produto nacional”. Suinicultor há 30 anos, José Modesto também integrou o grupo de manifestantes. “Esta é a pior crise de sempre”, garante. “Somos invadidos por carne espanhola”, lamenta.

Contou ao JORNAL DE LEIRIA que na segunda-feira se deslocou a uma grande superfície e percebeu que o preço médio da carne de porco era de quatro euros, quando os produtores a estão a vender a um euro. “Não é vender, é oferecer”. Os cinco postos de trabalho assegurados pela sua exploração no concelho de Leiria “estão todos em risco”.

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