Sociedade
Batalha celebra Aljubarrota com as autárquicas no horizonte
O Dia do Município assinalou-se a 14 de Agosto com uma cerimónia solene, onde o convidado foi José Ribeiro e Castro

O Dia do Município da Batalha, celebrado a 14 de Agosto, serviu de pretexto para celebrar a vitória dos portugueses contra os castelhanos na Batalha de Aljubarrota, mas também para apontar caminho até às eleições autárquicas.
O primeiro a discursar foi Joaquim Ruivo, presidente da Assembleia Municipal da Batalha, que recordou a história para enaltecer o feito conquistado há 640 anos.
“O nosso município tem sido, ao longo dos séculos, um ponto de encontro de culturas – os testemunhos pré- -históricos são relevantes, a civilização romana aqui perto construiu uma importante civitas, Collipo – e os primeiros habitantes desta vila foram os primeiros construtores do Mosteiro”.
Perante este passado histórico, e lembrando que as eleições autárquicas se aproximam, Joaquim Ruivo aproveitou para lançar um repto: “Que este 14 de Agosto nos inspire a reforçar a nossa união, a valorizar o que nos torna únicos e a trabalhar lado a lado para um município cada vez mais próspero, inclusivo e sustentável.”
Seguiu-se a intervenção de Nuno Almeida, enquanto representante dos vereadores da oposição, mas que, durante o discurso, assumiu o papel de candidato a vice-presidente pelo PSD nas próximas eleições.
Começou por abordar a área do turismo, dizendo que “falta uma estratégia integrada que ligue património histórico, natureza, cultura e economia local”, uma vez que a Batalha continua a ter “um turismo de passagem”.
Ao sustentar que a Batalha está parada, enumerou ainda outras obras que considera importantes e que não estão concretizadas, como a ligação ao IC9 em São Mamede, o pavilhão desportivo na mesma freguesia, ou a intervenção na estrada da Perulheira, entre outras.
Em resposta, o presidente da Câmara Municipal da Batalha, Raul Castro, considerou “lamentável” o aproveitamento da cerimónia solene para “fazer política”. “Há outros lugares para isso, é lamentável que isto tenha acontecido”, defendeu o autarca, ao afirmar que o feriado pretende “saudar todos os batalhenses” e recordar os episódios históricos que influenciam as comunidades.
“Temos de respeitar o passado – porque se não houvesse este passado, não estávamos aqui hoje – e olhar para o futuro sem descurar o presente. É nisso que devemos pensar todos os dias, o resto vem por acréscimo”, afirmou.
A sessão solene, que decorreu no auditório municipal, ouviu ainda a intervenção do convidado José Ribeiro e Castro, antigo presidente do CDS-PP e actual presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.
O representante versou sobre a importância histórica da Batalha de Aljubarrota – “momento em que a nacionalidade portuguesa aparece” - e do Dia da Restauração da Independência, a 1 de Dezembro.
Ao abordar as conquistas históricas que levaram Portugal, várias vezes, a afirmar a sua independência, o responsável criticou o actual desempenho do País em comparação a outros Estados da Europa.
“Temos uma série de problemas para resolver, nomeadamente na Europa. Vivemos numa cultura de pedinchisse que, a mim, me diminui. Temos de ter uma atitude ambiciosa de construção da Europa”, reforçou o também antigo euro-deputado.