Opinião

Cancro da pele: na prevenção está o ganho!

22 mai 2020 13:16

Agora, mais do que nunca, a sua responsabilidade é indispensável na deteção precoce desta doença.

Ter pele bronzeada tornou-se num sinal de saúde, beleza e bem-estar.

Este desejo em adquirir uma pele morena leva a uma exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta (UV) solar. Os benefícios da exposição solar são indiscutíveis, mas a exposição exagerada acarreta consequências graves na saúde do indivíduo.

Atualmente, sabemos que a exposição à radiação UV é o principal fator de risco para o desenvolvimento de cancro da pele.

O cancro da pele, ou cancro cutâneo, é a neoplasia maligna mais comum no ser humano.

É um problema de saúde pública transversal a toda a sociedade e que atinge todos os grupos étnicos, sociais e demográficos. Pode ocorrer em qualquer idade, embora seja mais frequente a partir dos 50 anos.

Pele clara, propensão a “escaldões”, exposição excessiva ao sol (em trabalho ou lazer), uso de solários e história familiar de cancro da pele são alguns dos fatores de risco para este tipo de cancro.

Existem vários tipos de cancro cutâneo, sendo habitualmente classificados em cancro cutâneo não melanoma e melanoma.

O melanoma é a forma mais perigosa, representando cerca de 5% do total dos cancros da pele.

Segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), estima-se que em Portugal, no ano de 2020, serão diagnosticados mais de 13.000 novos casos de cancro cutâneo, dos quais mais de 1.000 serão melanomas.

O cancro da pele é um tipo de cancro fácil de prevenir. Uma vez que a exposição à radiação ultravioleta é o principal fator de risco, alterações simples no comportamento de cada um em relação à exposição solar são determinantes na prevenção.

Estas medidas passam por evitar a exposição solar direta nas horas de maior radiação UV solar (entre as 11 e 16 horas), usar vestuário de proteção (com cores escuras, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção UV) e aplicar protetor solar com fator de proteção solar elevado (idealmente 50+) para raios UVA e UVB.

Não se deve esquecer de que o protetor solar deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição solar e deve ser renovado a cada 2 horas.

O Grupo Português de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia desaconselha ainda a exposição direta ao sol de crianças no primeiro ano de vida.

O cancro da pele é facilmente curável, desde que diagnosticado e tratado precocemente.

O ano de 2020 é o 21.º ano consecutivo em que se organiza a nível europeu o Dia do Euromelanoma (20 de Maio), dia dos cancros da pele.

Atendendo ao contexto atual de pandemia pela Covid-19, este ano não serão realizados os habituais rastreios presenciais de cancro cutâneo nos serviços de Dermatologia do país.

Agora, mais do que nunca, a sua responsabilidade é indispensável na deteção precoce desta doença.

Para tal, é importante que faça um autoexame regular da sua pele, pelo menos de dois em dois meses, de forma a detetar qualquer alteração suspeita.

Para isso, deve colocar-se em frente a um espelho e observar a parte anterior e posterior do corpo, com especial atenção às áreas expostas ao sol.

Deve procurar sinais assimétricos, com bordos irregulares, com várias cores, que sofreram alterações de tamanho ou de aspeto, que sangram, ou que parecem feridas que não cicatrizam.

Caso identifique lesões suspeitas de cancro da pele, deve recorrer ao seu dermatologista ou ao seu médico de família, que terá a possibilidade de efetuar um rastreio adequado e, se necessário, fazer um pedido de consulta, com fotografia da lesão, ao Serviço de Dermatologia da sua região.

Proteja-se e ajude-nos no diagnóstico precoce do cancro da pele. Para mais informações, consulte o site da APCC em www.apcancrocutaneo.pt.

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

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