Sociedade

Vale Florido, Ansião, é a primeira aldeia segura contra incêndios do País

9 abr 2018 00:00

Ministro da Administração Interna apresentou programa esta segunda-feira, 9, no distrito de Leiria.

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A sede da Associação Recreativa e Cultural de Vale Florido vai funcionar como abrigo para a população da aldeia, em caso de incêndio florestal, no âmbito de um projecto pioneiro que decorre dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras, apresentados hoje (segunda-feira, 9 de Abril) pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Vale Florido, no concelho de Ansião, torna-se assim a primeira aldeia segura do País, um modelo para o que o Governo quer ver aplicado de norte a sul noutras 6 mil aldeias, lugares e aglomerados populacionais com risco acima da média, localizados em 189 municípios, de acordo com a classificação da Protecção Civil e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

Os programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras prevêem a nomeação de um oficial de segurança, escolhido entre a população residente – e Vale Florido já tem oficial de segurança, que é também o primeiro no País. Trata-se de Silvério Teixeira, 61 anos, um antigo graduado da Polícia de Segurança Pública, actualmente na reforma.

A função do oficial de segurança é emitir avisos, alertar para a ameaça causada pelo incêndio, organizar a evacuação das habitações e garantir que todas as pessoas chegam ao abrigo, onde é suposto existir comida e água. Em Vale Florido, no simulacro realizado hoje, o sino da igreja deu o alarme, reforçado pelas ruas através de um altifalante colocado num automóvel.

Os programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras baseiam-se na gestão de combustível, na criação de rotas e estratégias de evacuação, na preparação de abrigos, na acção dos oficiais de segurança e no impacto das campanhas de sensibilização e prevenção, tudo isto fruto do trabalho em rede entre bombeiros, protecção civil, câmaras municipais e juntas de freguesia.

Depois da batalha pela limpeza da floresta, e antes da fase de combate, agora é tempo de "ganhar a batalha da consciência da autoprotecção", diz o ministro da Administração Interna, para quem o maior desafio é cada cidadão "saber o que fazer, saber a quem recorrer, para quem telefonar, saber o que significa o sino a tocar ou o aviso do SMS de urgência ou a comunicação que está a ser transmitida pela rádio local ou por uma cadeia nacional de televisão", sempre que enfrenta "uma situação de risco".

Esta segunda-feira, em Vale Florido, Eduardo Cabrita assistiu ao simulacro que envolveu quase meia centena de moradores da aldeia e presidiu à assinatura do protocolo entre a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), para a concretização dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras.

A concretização dos programas vai depender sobretudo da iniciativa das autarquias, mas o objectivo do Governo é que até ao Verão cheguem ao maior número possível de aldeias, lugares e aglomerados populacionais, entre os 6 mil identificados como de risco acrescido, num total de 1.091 freguesias e 189 municípios.