Desporto

Paulo Alberto é uma estrela no Brasil mas poucos o conhecem na sua terra

29 ago 2019 00:00

O piloto de Leiria tem dominado as provas dos campeonatos espanhol, português e brasileiro de motocross. Do outro lado do Atlântico, a modalidade é vivida com outra paixão.

Fotografias: Luís Duarte

Um senhor, já entrado nos cinquenta, acerca-se do camião da Yamaha. Quer falar com Paulo Alberto, que se encontra a distribuir autógrafos e a tirar selfies.

Estamos em Cubati, uma pequena cidade perdida no interior do Paraíba, no Nordeste brasileiro, mas parece que estamos numa megalópole como São Paulo.

São dezenas de milhares de pessoas, uma imensa mole humana está presente para assistir a mais uma ronda do campeonato brasileiro de motocross. Muitos fizeram “oitocentos, mil quilómetros” para ali estar. Também o camião da equipa de Paulo Alberto, com mais de duas dezenas de pessoas, rodou quatro mil quilómetros para lá chegar.

No Brasil, o motocross é uma religião e aquele senhor está na fila com pequenos de cinco e seis anos, mas também avós na casa dos oitenta, à espera de trocar meia-dúzia de palavras com o piloto de Leiria.

Com ele leva um fio e uma carta da mãe, já entrada nos oitenta. A matriarca já não pode sair do domicílio, mas não perde uma prova na televisão. É fã de Paulo e quer deixar-lhe uma lembrança. É mais uma prova de que, no Brasil, a realidade é bem diferente do que se passa em Portugal.

“Dão-nos presentes, escrevem-nos textos, há pessoas humildes que nos oferecem o chapéu, apenas por eu ter tirado uma fotografia ou assinado um póster. No fundo, querem agradecer-me por lhes ter dado um minuto de atenção”, sublinha Paulo Alberto.

Também já recebeu declarações de amor e tem as redes sociais pejadas de mensagens, lá está, de admiradoras, de fãs, de crianças e adultos.

“É o Brasil, as pessoas são muito calorosas e até nos treinos puxam por nós. São coisas que na Europa não existem. Saí do camião às nove da manhã e não consegui reentrar antes das seis da tarde. Ou estava a andar de moto, ou a tirar fotografias. É uma coisa impressionante. Senti-me como uma celebridade. Em Leiria, poucos me conhecem.”

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