Desporto

O irresistível apelo da velocidade vive nos Figueiroa há três gerações

9 jun 2017 00:00

Gonçalo Figueiroa está ansioso. As emoções estão ao rubro porque amanhã, sexta-feira, vai poder voltar a acelerar nas estradas por onde passa todos os dias.

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No Rali Vidreiro sente-se em casa. Nos troços de São Pedro de Moel e do Farol, na super-especial que percorre as ruas da Marinha Grande, as sensações vão muito além do prazer que tem neste mundo de velocidade furiosa desde a altura em que via o pai, José Nuno, e o avô, José Francisco, a prepararem os carros e partir para mais uma aventura.

Ambos eram pilotos de ralis e a infância de Gonçalo Figueiroa foi passada agarrado ao volante, a espreitar o motor, a sentir os cheiros peculiares do ferôdo, da gasolina e da borracha queimada, e a ouvir o ronco de potentes motores.

Por isso, não surpreendeu nenhum dos familiares mais próximos e dos amigos mais chegados quando, em 2010, decidiu começar a colocar o capacete e a entrar em provas de veículos clássicos. No fundo, foi voltar às memórias de criança.

Escolheu os clássicos, porque lhe dão “mais gozo”. Começou por ter um Porsche, mas há coisa de três anos resolveu pegar numa carcaça de um Ford Escort RS de 1975 e prepará-lo a seu gosto e à sua medida.

Em Maio, duas décadas após um “estouro” num treino para o Rali Rota do Sol que acabou por ser o ponto final da carreira desportiva do progenitor, convidou o pai para acompanhá-lo nas especiais de Lousada e Braga, enquadradas no Rali de Portugal.

“Achei que seria divertido e desafiei-o. Aceitou logo. A realidade deste carro nada tem que ver com a realidade do tempo em que o meu pai corria num BMW 2002. Ficou impressionado com o poder de aceleração, com o poder de travagem, com a forma como curva e, para ele, todos os inícios de prova eram em silêncio absoluto e tinha de ser eu a falar. 'Está a gostar? É uma grande máquina, não é?' O meu pai só dizia: 'tu fazes o quer queres deste carro!' Foi muito divertido e ainda por cima ganhámos!”

Já sem a companhia de José Nuno, segue-se o Rali Vidreiro, prova que ganhou as três últimas classificações destinadas a clássicos. Pelas 17 horas de sexta-feira lá estará Gonçalo Figueiroa sentado ao volante do Ford Escort RS, tendo como navegador o “muito experiente” José Janela, à procura de conseguir mais um resultado positivo, desta feita competindo na Taça Nacional de Ralis de Asfalto.

“É um 'ralizão'. Estamos em casa e é espectacular. Os troços de São Pedro de Moel e do Farol dão-me um gozo imenso, porque sinto o carinho das pessoas amigas. Ainda por cima sei onde estão, na entrada das matas, a seguir à curva da morte, e na ponte nova, já dentro da mata.”

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