Sociedade

José Adelino Maltez, politólogo: “só um parvo diria que não deveria haver culto de Fátima”

16 mar 2017 00:00

Candidato a grão-mestre do GOL, o maçon e professor de Ciência Política diz que “a Região Centro tem sido a ‘mais tramada’ de todas

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Jacinto Silva Duro

Assume-se como um liberal e diz que, em Portugal, não tem um partido com o qual se identifique.
Tive de ir para um partido europeu e sou filiado na Aliança dos Liberais Europeus.

É um europeísta, convicto no projecto europeu?
A 100% e isto não é um problema de acreditar, mas de lutar pelo projecto, especialmente com os problemas que se avizinham este ano. Sou um europeísta que acredita no projecto pelos valores de estabilidade, paz, desenvolvimento e engenharia do processo. Repare, Portugal tem mais poder na União Europeia do que fora dela, caso contrário, fica dependente da hierarquia das potências e nós, desde a adesão, passámos a ter muito mais poder no mundo, pelo facto de sabermos fazer o jogo europeu. Sou um patriota, acima de tudo, e um europeísta por reflexão da vida e daquilo que vi nascer e crescer em Portugal. Sou federalista, quer para a Europa, quer cá para dentro de Portugal. Faltam em Portugal "regiões políticas".

Regiões administrativas?
Mais do que administrativas. Deveríamos começar, primeiro, pelas Região Administrativas e, depois, passar para as Regiões Políticas. Os Açores e a Madeira têm direito a ter Assembleias Regionais e nós não temos, nas nossas terras, o mesmo direito? É um défice democrático. Sou um defensor da regionalização e do Movimento Portugal Plural. As regiões políticas devem nascer a partir dos municípios e quem quiser vai e quem não quiser fica. Temos de acabar com aquela anotação na Constituição da República que diz que as regiões devem ser criadas em simultâneo. Não pode ser! Quem tiver condições deve avançar! Caso contrário andaremos sempre a ser tramados e a região Centro é a “mais tramada de todas”. Vêm os do Norte e dizem: "oh! Vocês fazem parte do Norte!", depois, vêm os de Lisboa: "Leiria faz parte de Lisboa!"... Também deveríamos mudar o nome da região "Centro" É muito feio, precisamos de outro nome: Beiras ou Estremadura... e alargá-la o mais possível. De Espinho a Abrantes, se possível. Temos de criar um poder intermediário e ter força de reivindicar e criar um Parlamento regional próprio!

Neste momento, os deputados que se apresentam às eleições, em cada distrito, são escolhidos de acordo com os interesses de cada partido e não pelas suas qualidades como defensores dos interesses dos seus distritos.
Os deputados que temos agora? São uns pára-quedistas! A maioria só se preocupa com os interesses dos seus partidos. Eu reduziria o Parlamento a 50 deputados, que fariam o mesmo e criava Parlamentos regionais que é onde esses deputados têm mais vocação. Em Portugal, há bons parlamentares, só que, em vez de estarem em Lisboa a tratar dos assuntos dos partidos, deveriam ir para um Parlamento das Beiras ou de Trás-os- Montes, tratar dos assuntos das regiões!

É aceitável uma Europa a várias velocidades, como traçou o Jean-Claude Juncker, num dos cenários europeus para o médio prazo?
Isso é uma treta. É deixar os grandes mandar nos restantes países. É a negação da Europa. Como é que deixamos a Alemanha, Espanha França e Itália a liderar o futuro? O federalismo é exactamente o contrário disso! É permitir que um estado médio como Portugal - porque nós não somos um estado pequeno! - tenha um espaço de equilíbrio e divida a hierarquia das potências. Jamais nos submeteremos a Madrid! Se for preciso, alinhamo-nos à Catalunha e ao País Basco... Gosto imenso do intermunicipalismo no Estado espanhol. Quem não percebe o bom que aconteceu na Galiza, não percebe o que perdemos não termos feito a regionalização.

Seria factor de desenvolvimento uma grande região que ligasse a Galiza ao litoral português? Faz sentido?
Em parte, já é o que temos. Há acordos transfronteiriços e ligações íntimas entre regiões espanholas e portuguesas. Não conheço ninguém de uma aldeola fronteiriça ou espanhola que tivesse deixado de ser português e vice-versa. A última guerra entre Portugal e Espanha durou meia-hora e foi quando eles ocuparam Olivença, em 1801. Foi a Guerra das Laranjas. Nunca mais houve um conflito entre ambos os países. O que foi Aljubarrota? Foi um episódio da Guerra dos 100 anos. E quem lutou lá? Portugueses contra portugueses. Famílias, irmãos, primos. Foi uma guerra civil, onde tivemos a ajuda dos ingleses, dos castelhanos e dos franceses. Não foi Portugal contra a Espanha, ao contrário do que ensinam nas escolas. A maior parte dos actuais espanhóis nem sequer estava com Castela nesse episódio. Espanha nem existia! Há uma propaganda absurda e mitos nos livros de histórica contra Espanha, especialmente, sobre Aljubarrota. Claro que sou pelo mestre de Avis e Nun'Alvares Pereira! Aliás, Álvaro Anes, que sustentou o pendão da Ala dos Namorados, era de Sernache, terra dos meus pais!

No dia 24, vai estar no Lar Emanuel, em Leiria, para apresentar o seu livro Liberdade, Pátria e Honra. Nele, reflecte sobre a acção da Maçonaria em Portugal e o seu papel enquanto membro do Grande Oriente Lusitano (GOL). Para os leigos, o que é, hoje, a Maçonaria?
Isto é um livro sobre discursos internos... A Maçonaria é uma bela adormecida e uma bela desconhecida. É desconhecida porque não se quer dar a conhecer. Foi fundada em 1802. É das primeiras do mundo e esteve na base de várias coisas. Por exemplo, José Bonifácio, que esteve na base da independência brasileira, era maçon... e organizou a defesa militar de Coimbra contra Junot, criou a maçonaria brasileira, esteve na nossa revolução liberal de 1820, esteve com D. Pedro IV, que era maçon e até escreveu o hino da maçonaria brasileira, e esteve na guerra civil, entre Liberais e Absolutistas, desembarcando no Mindelo. A Maçonaria esteve na base da I República, até que o Estado Novo a extinguiu e deu cabo dela - a primeira lei formal do Salazarismo, de 1935 foi extinguir a Maçonaria, roubar-lhe os bens e até dar a sua sede à Legião Portuguesa. A Maçonaria ficou restrita a 100 pessoas. Fernando Vale, na Zona Centro resistiu, porque Tomé Fèteira lhe deu emprego e protegeu-o, Bissaya Barreto, que era carbonário, aceitou a extinção e até se tornou conselheiro de Salazar, mas sempre a protegeu. Após 1974, a Maçonaria renasceu com os velhos e, hoje, os maçons serão cinco mil. Os elementos da Maçonaria estão em todos os grandes partidos portugueses, à excepção do PCP, mas há maçons nos outros partidos, incluindo o CDS, e nalguns houve até presidentes e secretários- gerais maçons. O Emídio Guerreiro, do PSD, e o Nuno Rodrigues dos Santos, por exemplo. O PS tem mais maçons nas bases distritais. Os tais 100 fizeram renascer isto a partir dos princípios do Grande Oriente Lusitano (GOL), que se tonou numa obediência nacional.

Em Portugal, há ainda uma questão de conflito entre política e religião?
O liberalismo monárquico expulsou todos os bispos que eram miguelistas e tentou criar bispos próximos da Maçonaria. O cardeal Saraiva, o Alves Martins, o António Aires Gouveia, que aboliu a pena de morte, também o eram. Mas o problema persistiu. A I República teve um conflito grave entre a Igreja e o Estado. O Afonso Costa, quando copiou a lei de separação francesa, não conseguiu transformar os padres em funcionários públicos, à semelhança dos protestantes suecos, onde os pastores são todos funcionários públicos. O problema não era contra o culto católico, como ficou na imagem; era mais o problema da criação do Registo Civil, a separação entre Igreja e Estado. O Papa, quando cá veio, nos 100 anos da República, agradeceu a Afonso Costa o facto de a Igreja se ter livrado do Estado. É que também tem vantagens não ter de lidar com um sistema de registo civil. Mas o exagero jacobinista radical da I República, deu a Salazar argumentos para o “congregacionismo ao contrário”. Porém, este regime, da Constituição de 1975, nasceu de um acordo entre os socialistas, Sá Carneiro, D. António Ribeiro e o bispo D. António Ferreira Gomes. Prometeu-se nunca mais fazer guerra entre política e religião. Não tem nada a ver com a monarquia liberal, com a I República ou com o Estado Novo... É muito melhor! Quem defendeu a Renascença e o patriarcado, quando foram cercados pelo povo, no 25 de Abril? Os maçons de Lisboa! Defenderam a liberdade de culto contra a estrema-esquerda e o PCP! Quem defendeu Mário Soares? Os padres que mandaram os católicos todos para a Alameda. Há alguns que dizem que a Constituição da República é laicista... Mentira! Laicista? Só em França e na Turquia é que o são! Aqui "o Estado é laico, mas a sociedade não o é!" Se a maioria do País é católico, vamos recusar-nos a receber o Papa em Fátima?

No centenário das “visões”?
Nem me fale em Fátima que o meu avô esteve lá no dia do "milagre do sol"... Foi de propósito e não viu nada! Ainda na semana passada me convidaram a ir a Fátima a um colóquio do Centro Nacional de Cultura e eu contei isto. "Sou maçon e não acredito em Fátima." Mas vamos proibir Fátima? Claro que não! A República inventou o busto da República e chamou-lhe "Marianne" e o que fizeram os católicos? Roubaram-na e, em 1917, inventaram a "marianolatria", nascida em cima de um culto popular céltico. Só um parvo diria que não deveria haver culto de Fátima. É óptimo para o turismo, para a república e para o País. É excelente que António Costa receba Francisco!

A Maçonaria, na actualidade, tem, como muitas vezes se diz, influência para influenciar a política?
Cinco mil maçons não controlam o País. Quanto muito, controlam a sua memória e diferença, com os limites do poder de influência que têm, mas podem ser decisivos na formação de grandes valores civilizacionais. E a Maçonaria tem o dever de estar à frente. Tem de se orgulhar de terem sido maçons a abolir a pena de morte, em 1867, tem de orgulhar-se da lei da separação, do registo civil e do regime actual. Não nos esqueçamos que o primeiro primeiro-ministro, Adelino da Palma Carlos, após 1974, foi indicado pelo GOL. Mário Soares não foi maçon do GOL, mas foi-o em França e sempre respeitou até ao fim a sua posição. A Maçonaria deve orgulhar-se de Emídio Guerreiro, Nuno Rodrigues dos Santos e de um exército de maçons a nível distrital, que influenciaram a criação das suas "filhas mais queridas": a Constituição de 1976, esta democracia e estes partidos. E temos de estar vigilantes quanto ao regresso da xenofobia, da intolerância religiosa e, se for preciso, temos de estar ao lado da Igreja Católica, para defender os grandes valores espirituais e patrióticos. Devemos ensinar ao povo quem foram os nossos mártires, por exemplo, o Gomes Freire, que foi condenado à morte, juntamente com os Mártires da Pátria, pelo Protectorado Britânico. Devemos orgulhar- -nos das campanhas de África e dos soldados portugueses que estiveram na Grande Guerra de 1914-18. Temos de orgulhar-nos de Norton de Matos e de Humberto Delgado... Temos de orgulhar-nos do 25 de Abril e do regime actual.

“Gosto imenso deste regime porque é péssimo”
“Candidato a grão-mestre? Não posso dizer. Estou proibido”


No dia 10 de Junho, Dia de Portugal, vai candidatar-se a grão- -mestre do GOL?

Não posso dizer. Sobre essa matéria, estou proibido pelo meu grão-mestre e pelo meu Conselho da Ordem de prestar declarações e eu sou muito obediente, mesmo que tenha de cumprir leis das quais discordo totalmente. Bem tentei não haver secretismo. Até falei com o grão-mestre e com os que pensava que podiam ser candidatos a grão-mestre adjuntos – estou a falar de um tipo de Coimbra, capitão de Abril, o Manuel Matos, e de outro que é historiador da LUAR, o Luís Vaz -, para lá irmos pedir autorização para nos podermos apresentar. Mas o grão-mestre disse que é proibido e eu tenho de cumprir. Já estou muito habituado a isto. No tempo da ditadura, já havia limites à liberdade de manifestação pré-candidatura. Em democracia é que ninguém sabe a diferença entre um pré-candidato e um candidato... Mas eu cumpro e não digo nada.

E se, por acaso, no dia 10, o professor José Adelino Maltez for eleito como grão-mestre do GOL, quais seriam, em teoria, os seus principais desafios?
Também não posso falar nisso. Mas, como escritor destas coisas da Ma- “Gosto imenso deste regime porque é péssimo” “Candidato a grão-mestre? Não posso dizer. Estou proibido” çonaria - até escrevi um livro chamado Liberdade, Pátria e Honra, o lema do Gomes Freire - diria que o principal problema da Maçonaria é a má imagem que temos: dizem que somos "corruptos, secretistas" e, quanto a isso, deveríamos ser campeões da luta contra a corrupção e acabar com este carácter de clandestinidade. A Maçonaria tem uma parte litúrgica com companheiros, mestres, aprendizes, aventais, o sol, a lua, rituais e são coisas do século XVIII que, quem não ama aquilo, diz: "lá estão os gajos dos aventais". Não somos uma agremiação de carolas que se junta para jogar à bisca. É como com a Opus Dei, jamais me apanharão a dizer mal dela. Pelo contrário. Se o fizesse, estaria a mentir, a gozar com uma organização fundamental da Igreja Católica. Respeito a Opus Dei completamente e sou um leitor cuidadoso de todos os seus documentos e um fervoroso d'O Caminho. Chateia-me mais o que o Trotsky e a Internacional Comunista disseram sobre a Maçonaria. O doutor Álvaro Cunhal impediu as pessoas de serem comunistas e maçons ao mesmo tempo. É esse o meu problema com o PCP e o BE.

Como classifica a coexistência entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa?
O Presidente da República (PR) é homem para dar um murro na mesa, caso seja necessário? São filhos da mesma faculdade. Se ele não for capaz disso, será um PR frouxo. Ainda anteontem escrevi no DN o seguinte: "por enquanto, temos o marcelismo-costeiro, daqui a tempos poderemos ter um costismo-marceleiro". Antes das últimas eleições, o País estava com uma carga negativa, com o cavaquismo. Andávamos deprimidos. O Marcelo pôs-nos na marquesa do psicanalista e ficámos mais livres. É o anti-Cavaco. E Costa é suficientemente democrático e conhecedor destes meandros da democracia, porque não nasceu ontem para a política, para perceber que o povo não quer crises políticas. Inventou o acordo de incidência parlamentar do Governo PS para se perceber que o PR não estava de má-fé ao apoiar o Governo Constitucional e termos uma democracia mais inclusiva. Qual foi o país da Europa que já teve todos os partidos metidos no Governo, como o nosso? Já nem o BE, nem o PEV escapam. Não têm ministros, mas têm conselheiros no Banco de Portugal e o Governo depende deles. E isto é um mal ou um bem? Como defensor desta Constituição, acho que é um bem enorme. Somos muito melhores do que os franceses, que estão em risco de ter a Marine le Pen eleita, muito melhores do que os holandeses que descobriram que são chauvinistas e têm o Geert Wilders, muito melhores que os húngaros e que a "beata" da Polónia. Ninguém tem uma democracia inclusiva, como a nossa de 1976. Gosto imenso deste regime porque é péssimo, mas é o menos péssimo de todos os que tivemos até agora.

Acredita que este momento de estabilidade na crise da dívida soberana é para manter ou é apenas um intervalo?
Sabe o que vai acontecer à nossa dívida soberana se Marine le Pen for eleita, em França? Vai disparar. Este problema não é nacional. É europeu e de combate europeu. Podemos estar à beira de uma "Marine Tromputina". A democracia e esta civilização podem estar ameaçadas. Por isso é que o "marcelismo-costeiro" é navegar à vista. E faz bem. É preciso gerir dependências. Com toda a franqueza... acredito lá na treta do PCP restaurar fronteiras e o escudo? É um discurso que ainda engana muita gente. Sou patriótico mas, mais Europa é igual a mais Portugal! A Europa é uma aliança entre o Humanismo do Vaticano e o Humanismo Maçónico. Só pode haver democracia se essa aliança existir. Todo o movimento europeísta é uma criação maçónica, sabia? Não foi o Trotsky, Lenine, o fascismo e o PCP quem criaram o Estado Social. Não! Foi o Welfare State, modelo do Estado Social que temos hoje, que Churchill, em aliança com os trabalhistas britânicos, encomendou ao senhor William Beveridge, líder dos liberais. Não foi Salazar, Bismark, Napoleão III. Em Portugal foi um bocadinho semeado pelo pai do actual Presidente da República e foi, acima de tudo, uma obra de Abril, de António Arnaut, do PS, PSD e CDS, quando o PCP e os partidos da esquerda estavam a discutir a revolução bolchevique. Foi obra dos democratas pluralistas.

 

Perfil
“Coimbra é uma porcaria”

José Adelino Maltez gosta de contagiar com a sua alegria e humor todos quantos entram no seu gabinete do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP). Numa das paredes, ostenta uma reprodução do primeiro mapa de Portugal - "ainda com Olivença dentro das nossas fronteiras", datado de 1561. 

"É o primeiro mapa de um Estado no mundo!", assegura. Nasceu em Coimbra e foi um dos primeiros "clientes" do Instituto Maternal Bissaya Barreto, em 1951. Os pais viviam em Sernache, mas depois mudaram-se para a Conchada, junto à rua da Figueira da Foz, na velha "coimbrinha".

"Era um 'coimbrinha'. Fiz a escola mesmo por debaixo do Arco da Almedina, fui para o liceu masculino D. João III [actual José Falcão] e depois para a universidade. Só três de nós fomos para o liceu. Éramos de uma zona massacrada e quase todos adeptos da 'Ónião' de Coimbra! Não éramos da Académica! Os 'coimbrinhas da baixinha' somos uma seita muito pequenina", brinca.

“O meu padrinho chamava-se Luís Góis e era um grande fadista... Desde pequeno que apanhei com o Zeca Afonso e com essa gente toda. Não sei cantar, mas tenho cinco livros de poesia.” Maltez, que “emigrou” para Lisboa, não deixa, contudo, de ser um regionalista. Novo aeroporto? Na Ota, claro... ou até em Monte Real, para desenvolver a Região Centro e aproveitar a proximidade de Fátima e Coimbra.

"A seguir ao 25 de Abril, falhou muita coisa. Coimbra é uma porcaria. Se não fosse o hospital, seria uma desgraça. A cidade não teve o rasgo de ser capital das Beiras. Comparando-a com Leiria ou Aveiro dos anos 50, era a única das cidades que tinha condições para isso."

O professor licenciou-se em Direito e apaixonou-se pela história das ideias e do pensamento e acabou por se apaixonar por Ciência Política e pelos regimes portugueses dos século XIX e XX. Especialmente, a partir do demo-liberalismo, de 1820.

Foi professor de História das Instituições na Faculdade de Direito na Universidade de Lisboa e a vida e o percurso acabariam por levá-lo ao ISCSP que, reza a história, foi fundado por um leiriense, João Soares, em 1919, pai do antigo Presidente da República. No dia 10 de Junho, poderá ser eleito grão-mestre maçónico do Grande Oriente Lusitano.