Economia

Empresas obrigadas a deixar a Marinha Grande para crescer

29 set 2016 00:00

Escassez e preço dos lotes fazem empresários repensar localização das indústrias. Lentidão dos processos veio agravar o problema.

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Daniela Franco Sousa

Depois de a PVS ter avançado ao JORNAL DE LEIRIA que vai mudar de instalações da Marinha Grande para a Maceira, levando consigo 75 colaboradores, são outras as unidades que ponderam deixar aquele concelho de forma a poder expandir-se.

Além de não existiram pavilhões licenciados em número suficiente na Marinha Grande e do preço dos lotes disponíveis na Zona Industrial (cuja ampliação falta concretizar) serem incomportáveis para muitas empresas, constata-se agora que os processos de alteração ou de ampliação, solicitados pelas empresas ao abrigo do Regime Extraordinário de Regularização das Actividades Económicas (Decretolei 165 de 2014), são demasiado morosos, apontou o vereador Carlos Logrado na última reunião do executivo.

Recentemente, Vítor Sousa, administrador da PVS, admitiu ter adquirido propriedade e instalações na Maceira, onde, ainda em 2017, vai agregar todas as unidades do grupo.

Uma vez que “não há espaço na Zona Industrial de Casal da Lebre e o pouco espaço livre que resta é alvo de especulação imobiliária”, a PVS teve de encontrar no concelho de Leiria um local onde pudesse crescer, justificava o empresário.

Em 2014, outros empresários tinham reportado ao JORNAL DE LEIRIA que os preços mais baixos praticados noutros concelhos e a dificuldade em encontrar pavilhões licenciados na Marinha Grande os tinha levado a mudar-se para outros municípios. Foi o caso da Plasmorex e da Erosomolde, que estão hoje na Barosa, e da UE Pro, que se mudou para a Martingança.

Na semana passada, Logrado fez soar o alarme ao afirmar que mais empresas, perante os atrasos decorrentes do Decreto-lei 165 de 2014, estão a procurar espaços em concelhos vizinhos. É o caso da Justamoldes, exemplificou o líder do +Concelho, notando que a unidade emprega 37 pessoas e tem 2,5 milhões de euros para investir num projecto.

Mas, dada a urgência em executar o investimento e face ao atraso do processo no âmbito do Decreto-lei 165 de 2014, está a procurar espaços fora da Marinha Grande. Fonte da empresa confirma que a demora pode fazer a Justamoldes perder o apoio obtido no âmbito do Portugal 2020.

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