Sociedade

Cooppovo, a filha da classe operária completou 40 anos

16 jun 2016 00:00

Resistência é uma das palavras que melhor se aplicam à cooperativa

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Daniela Franco Sousa

Não foi certamente por obra do acaso que a Cooperativa de Consumo do Povo da Marinha Grande (Cooppovo) celebrou recentemente 40 anos de vida. “A cooperativa”, como é carinhosamente chamada pelas gentes da sua terra, é fruto do trabalho de um conjunto de cidadãos, na maioria operários fabris que, pós 25 de Abril, se juntaram para proporcionar melhor qualidade de vida à população.

Esse empenho inicial nunca esmoreceu e ao longo do tempo têm sido várias as iniciativas e obras feitas nesta estrutura, que é hoje a única do género em todo o País. O JORNAL DE LEIRIA foi conhecer melhor esta grande loja que, além do consumo, promove relações de afecto junto da sua comunidade.

Sara Tojeira, Fernanda Gonçalves e Víctor Hugo Cruz foram os grandes impulsionadores da criação da Cooppovo. Sara era companheira de José Jacinto, operário, dirigente do sindicato vidreiro, e também ela tinha participado em diversas ocasiões na luta anti-fascista.

Fernanda, professora de escola primária e militante do PCP, era esposa de Manuel Gonçalves, preso político. E Victor Hugo, electricista, era também militante do PCP. A vontade dos três cidadãos, de criar uma cooperativa de consumo na vila da Marinha Grande, onde qualquer associado tivesse acesso a produtos a preço mais baixo, foi bem acolhida pela comunidade.

Até porque algo assim não tinha precedentes. Ou seja, todas as cooperativas que surgiram antes, ou que se constituíram por essa altura, estavam ligadas a empresas. Era o caso das cooperativas da IVIMA, da CIVE, da FEIS ou da Santos Barosa. A Cooppovo inovava por acolher a todos.

Dada a forte relação desta cooperativa com o operariado, a construção do edifício da Cooppovo, nas instalações da antiga fábrica de vidraças Covina, acabou por avançar com o apoio de um empréstimo do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira, também com o apoio financeiro prestado pelo presidente da Câmara, Emílio Rato, com o trabalho da comissão instaladora, dos seus familiares e amigos.

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