Sociedade

Castanheira de Pera é o segundo município com menos nascimentos registados

19 jun 2020 09:11

Pior só o Corvo, nos Açores. Agrava-se o despovoamento do território castigado pelo incêndio de Pedrógão Grande em 2017

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Quatro nascimentos e 47 óbitos em Castanheira de Pera em 2019, diz o INE
Ricardo Graça/Arquivo

Os quatro nados-vivos registados no concelho de Castanheira de Pera no ano passado são o número mais baixo em Portugal continental e em todo o País só há um município com menos nascimentos em 2019, o Corvo, nos Açores, com um.

Pedrógão Grande, também no interior norte do distrito de Leiria, não fica muito melhor no quadro do Instituto Nacional de Estatística: 15 nados-vivos (por área de residência da mãe) e só há 12 concelhos com um registo inferior.

Nos últimos três anos, a relação entre natalidade e mortalidade em Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos é de 1 para 4, ou seja, por cada nascimento registado morrem quatro pessoas.

No conjunto dos três municípios, o Instituto Nacional de Estatística (INE) indica 178 nados-vivos e 708 óbitos na soma dos anos 2017, 2018 e 2019. Ampliando a análise para os últimos cinco anos, a diferença é ainda maior: 1.161 mortes e 306 nascimentos.

Outro olhar, sobre a população residente, mostra que Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos – os três municípios mais castigados pelo incêndio de Junho de 2017 – continuam em perda. As estimativas do INE apontam para uma diminuição de quase 5%, de 12.174 habitantes em 2015 para 11.592 habitantes em 2019.

De acordo com Fernando Lopes, antigo presidente da Câmara Municipal de Castanheira de Pera eleito nas listas do PS, os números de nascimentos no concelho podem estar condicionados pelo facto de grande parte dos partos ocorrerem em Coimbra e os pais não escolherem registar os filhos na área de residência da mãe. No entanto, não deixa de dizer que “o despovoamento é um facto” e reconhece que os territórios do interior norte do distrito de Leiria “têm muitas dificuldades em fixar pessoas”. Desde a tragédia de 2017, nada mudou: “O problema da floresta continua quase igual e o da economia também”.

Fonte: INE

No contexto da pandemia de Covid- 19, Fernando Lopes acredita que “o teletrabalho” e “uma aposta no digital” podem criar “algum incentivo” para atrair novos residentes e mitigar a desertificação. Mas sublinha que “as autarquias só por si não são capazes de resolver o problema”, logo, “o Governo tem um papel f

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