Autárquicas 2025
Autárquicas: Ventura diz que Portugal só “está melhor” para Luís Montenegro
A caravana do Chega dedicou a manhã ao distrito de Leiria, com uma passagem por dois dos concelhos onde foi o partido mais votado nas legislativas de Maio, Nazaré e Marinha Grande

O presidente do Chega, André Ventura, considerou hoje que o país só “está melhor” aos olhos do primeiro-ministro e acusou os autarcas do PS de terem “má experiência”, ligada à corrupção.
A caravana do Chega dedicou a manhã ao distrito de Leiria, com uma passagem por dois dos concelhos onde foi o partido mais votado nas legislativas de Maio, Nazaré e Marinha Grande.
À semelhança do que tem acontecido desde o início da campanha, André Ventura acompanhou os candidatos do partido em arruadas. O líder disse acreditar que no domingo o Chega também sairá vencedor e o distrito de Leiria “vai ser de grande vitória” para o partido.
Num pequeno comício no final da segunda, na Marinha Grande, o líder do Chega criticou o estado da saúde e o Governo.
“Já houve quase 60 bebés este ano a nascerem fora das maternidades. Porquê? Porque elas estão encerradas e porque as urgências estão encerradas. O país que tem dinheiro para distribuir por tudo o que não interessa, não tem dinheiro para o básico, que é garantir que as mães podem ter os filhos em tranquilidade e em segurança”, afirmou, perante uma plateia de algumas dezenas de pessoas.
Ventura considerou que esta situação é de um “país de terceiro mundo” e afirmou que é preciso corrigir “este país ao contrário” já a partir de domingo.
André Ventura criticou Luís Montenegro por andar “pelo país a dizer que está tudo bem”, e que a situação esteja “muito melhor do que no tempo do PS”.
“Senhor primeiro-ministro, num país em que os bebés nascem fora das maternidades, em que nascem em ambulância ou à porta de casa, este país só está melhor para si, porque para todos os outros está um país pior, está um país mais degradado e está um país mais difícil de viver”, salientou.
Nesta arruada, André Ventura voltou a centrar atenções e foi muito requisitado para fotos e vídeos por adolescentes, alguns dos quais ainda sem idade para votar.
Depois de na segunda-feira ter dito que estava num “sprint de vitória” até domingo, hoje percorreu alguns metros de trotinete. “Vamos chegar assim rápido à meta no dia 12”, atirou.
Quando devolveu o veículo ao dono, e depois de o momento ter ficado registado em fotografia, o líder do Chega comentou: “vais-te lembrar disto quando eu for Presidente da República”. “Conto consigo no Governo”, respondeu-lhe o jovem.
Questionado se já está a pensar nas eleições de Janeiro, André Ventura disse estar “sempre a fazer várias campanhas numa” e, numa referência ao antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill, disse que vai lutar em todo o lado e “até onde for para derrubar o sistema” e disse acreditar numa vitória presidencial, pela receção que tem tido nas ruas.
Durante o seu discurso, André Ventura chamou ao palco um rapaz da plateia, dizendo que os jovens “são o futuro” e é por eles que está “a lutar”.
“Vocês são também a expressão de um país que já não está marcado pelos vícios daqueles que antes foram dominados pela forma de ensinar, de transmitir informação dos últimos anos”, afirmou, defendendo que os mais novos “já não são manipulados, nem manipuláveis”.
Antes, ao final da manhã, a caravana tinha passado na Nazaré, para outra arruada, que começou em frente ao mercado municipal e terminou junto à praia.
Em resposta ao secretário-geral do PS, André Ventura defendeu que os candidatos socialistas “têm mais experiência” do que os do Chega, “mas é uma má experiência, e em regra é a experiência da corrupção” e disse que isso “não afeta muito” o seu partido.
“Ontem senti que o PS estava muito desesperado na Nazaré também a dizer que tudo que vinha à rede era peixe e que queriam votos de qualquer maneira para impedir a vitória do Chega na Nazaré. Não creio que vá acontecer”, afirmou.
A candidata do Chega à presidência da câmara, Lúcia Loureiro, que trabalhou com Gabriel Mithá Ribeiro, foi questionada sobre as razões do antigo dirigente para a renúncia ao mandato de deputado e para a desistência da candidatura ao município de Pombal, que ainda não são conhecidas, mas respondeu apenas que “este momento é da Nazaré e das autárquicas”, remetendo para mais tarde.
Nas duas iniciativas, apareceram também candidatos do partido a outros municípios, que pediram ao líder para gravar vídeos de apoio.