Abertura

Alunos Covid-19 desafiam escolas no arranque das aulas

24 set 2020 11:58

Uma semana depois do início das aulas as escolas foram postas à prova. Entre máscaras na sala de aula, afastamento dos alunos e circuitos delineados, as direcções tiveram de responder com prontidão ao aparecimento de alunos com Covid-19

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A entrada à primeira hora nas escolas tem sido um problema em alguns estabelecimentos de ensino
Ricardo Graça

Leiria foi surpreendida na quarta-feira passada com uma situação de risco na Escola Secundária Afonso Lopes Vieira (ESALV), em Leiria. Um aluno do curso profissional, que deveria aguardar o resultado do teste PCR em isolamento profiláctico, decidiu ir à apresentação da turma. O jovem foi ainda almoçar ao centro comercial com amigos de outra turma e de uma escola de Leiria.

Mais tarde, a directora da escola recebeu um “balde de água fria”, como a mesma desabafou: a autoridade de saúde telefonou a informar que o aluno tinha testado positivo ao SARS-Cov-2. O jovem, que tinha o pai positivo para a Covid-19, deveria estar em isolamento recomendado pela autoridade de saúde, como explica Odete Mendes, coordenadora da Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral.

O desrespeito pela ordem médica levou a directora da ESALV, Celeste Frazão, a denunciar a situação à PSP, tendo em conta que o aluno acabou por colocar em risco várias pessoas da escola. “As pessoas não se podem esquecer dos outros. Temos professores e assistentes operacionais com problemas oncológicos”, afirma.

A sala foi desinfectada pelos bombeiros e a autoridade de saúde colocou sete alunos em isolamento profiláctico, que vão ter agora aulas à distância. Odete Mendes explica que os contactos de risco foram os jovens que estiveram sentados nas proximidades do aluno e os amigos que almoçaram juntos, uma vez que “estiveram mais de 45 minutos sem máscara, com um distanciamento inferior a dois metros”.

Todos os restantes alunos terão de fazer uma auto-monitorização para verificar se surge algum sintoma associado à Covid-19. Dias depois a Escola Básica 2, 3 D. Dinis, em Leiria, anunciou na sua página que um aluno também deu positivo à Covid-19. Também aqui, a celeridade da autoridade de saúde em identificar os contactos de risco foi imediata e apenas três jovens estarão em quarentena profiláctica.

A coordenadora da Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, Odete Mendes, confirmou que foi registado um caso positivo na Escola Profissional de Leiria (EPL).

Susana Nogueira, directora deste estabelecimento, revelou dias depois a existência de outro positivo, detectado no mesmo grupo de jovens. “No contexto de sala de aula, naquela turma não houve contactos de risco entre alunos ou professores. Mas no contexto social, verificaram-se nove contactos de alto risco, pois os jovens estiveram num espaço fechado sem máscara, pelo que foram colocados em isolamento profiláctico”, revela a delegada de saúde.

Susana Nogueira adianta que os jovens da EPL “estão doentes, pelo que não estão em condições de ter, para já, aulas, mas quando estiverem melhores terão aulas em simultâneo com os colegas, através das plataformas já usadas no confinamento”.

“Nunca nenhum aluno ficará sem acompanhamento do professor. Se não for possível assistir às aulas em directo, terão trabalhos e a explicação da matéria”, acrescenta. Clarisse Bento, delegada de Saúde da Marinha Grande, confirmou também a existência de dois casos positivos na Escola Secundária Pinhal do Rei e num ATL do concelho. (Nota: A coordenadora da Escola Secundária Pinhal do Rei, Ana Luísa Viegas, informou o JORNAL DE LEIRIA, no dia 26 de Setembro, que  "à data do fecho do jornal estavam, na realidade, confirmados dois casos positivos de Covid-19 no Agrupamento de Escolas Marinha Grande Nascente, mas nenhum dos alunos frequentava a escola Secundária Pinhal do Rei". "O que aconteceu foi que duas alunas da minha escola estiveram em contacto, no ATL, com um dos casos positivo e, foi-lhes comunicado que não podiam ir à escola e teriam de ser testadas (o resultado foi negativo)."

Em qualquer dos casos, o protocolo da Direcção-Geral da Saúde foi seguido e os contactos de risco identificados, não havendo necessidade de encerrar qualquer estabelecimento.

Aliás, Odete Mendes garante que nunca será uma turma inteira a ficar de quarentena ou se irá fechar um estabelecimento de ensino por existirem dois ou três casos. Uma medida mais drástica só será tomada se se registarem “muitos infectados”.

Escolas ainda a aprender

Os responsáveis pelas escolas têm consciência que não há risco zero e admitem que irão enfrentar, mais cedo ou mais tarde, situações de infecção de alunos, professores ou assistentes operacionais.

Dentro de portas o controlo dos alunos é mais fácil, estando definidos circuitos internos para diminuir a proximidade e o cruzamento entre turmas, horários de intervalos desfasados. A maior dificuldade para os directores são os convívios fora de portas e as entradas e saídas das escolas, onde, em alguns casos, a concentração de jovens é grande.

Susana Nogueira confirma que “dentro da escola os estudantes são mais ou menos c

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