Opinião

Uma Leiria que se mexe

16 jun 2016 00:00

O abaixo-assinado conta já com 5000 assinaturas e o Movimento é agora um interlocutor com rosto, da cidade que não quer planos que não sirvam a cidade e quem a vive.

Leiria deu um passo de gigante, recentemente. Saiu da sua habitual letargia, do nacional encolhe ombros no que respeita a participar nas decisões colectivas que a todos dizem respeito e mexeu-se.

O Plano de Mobilidade – que de mobilidade tinha pouco e de futuros problemas muito – conseguiu o que o Estádio não foi capaz: juntar centenas de leirienses de todos os quadrantes políticos, em debates fora de horas, até à constituição do Movimento Cidadãos por Leiria.

O abaixo-assinado conta já com 5000 assinaturas e o Movimento é agora um interlocutor com rosto, da cidade que não quer planos que não sirvam a cidade e quem a vive.

Este acordar – que merecia um estudo sociológico – provocou uma marcha atrás na posição da autarquia, que é na verdade um passo em frente. Ao desistir das propostas mais polémicas – como o parque de estacionamento subterrâneo em frente à Câmara – a autarquia reconhece a importância de escutar os leirienses. A cidade é destes e não de quem a governa temporariamente, e esse passo atrás é pois um passo em frente, na direcção da governação responsável.

Muito há a fazer ainda relativamente ao Plano de Mobilidade, em discussão pública, mas agora a autarquia sabe que os leirienses estão atentos e querem ser parte activa na discussão das intervenções na cidade, e que terão consequências para todos.

Esta novidade refrescante – de o poder eleito ter uma “vigilância cidadã” – é um ganho civilizacional para todos, embora possa ter passado despercebido a muitos. É preciso perder muito tempo a falar com pessoas, a ler, a reunir, abdicando dos escassos tempos de descanso, para acompanhar uma cidade que se move e cresce. Penso no que poderia ter sido evitado, se ao tempo do Estádio as redes sociais existissem e pudessem colocar-nos a todos em contacto….

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