Opinião

Eu acolho

3 nov 2016 00:00

O grande interesse destes menores é chegar ao Reino Unido e muitos deles têm familiares no seu país. Eles não pedem qualquer favor

Opior talvez seja não entender o que se passa.

A língua como barreira, o mundo cheio de sons, cheiros e imagens que não fazem parte do que conhecemos. Não saber como vai ser amanhã – onde está a família – porque nos empurram para o lugar do nada.

Saudades de ter uma casa, da escola, da coisa chamada quotidiano, do abraço dos nossos. O estômago encolhido há demasiado tempo pelo medo.

Um dia o mundo tornou-se o pior dos lugares e sobreviver é uma tarefa quotidiana, como a dos animais. Comer, um canto para dormir e não ser abusado é tudo quanto ocupa o tempo e a atenção das crianças cujo azar foi nascer no sítio errado.

Podiam ser crianças judias a caminho dos campos de extermínio, separadas das famílias. Podiam ser as crianças que sobreviveram ao holocausto e que fizeram parte da geração que jurou não mais ser possível a atrocidade sem sentido da guerra.

Não são.

Conta o Público: ‘Ainda estão 1500 menores não acompanhados em Calais. Essas crianças e jovens – oriundos sobretudo do Sudão, da Eritreia e do Afeganistão – foram transferidos para um conjunto de estruturas temporárias montadas no local.

Uma centena de parlamentares franceses dirigiu agora uma carta aberta à ministra do Interior britânica, Amber Rudd. "O grande interesse destes menores é chegar ao Reino Unido e muitos deles têm familiares no seu país. Eles não pedem qualquer favor. Eles têm direito, ao abrigo das regras internacionais em vigor incorporados pela legislação britânica, a ser acolhidos pelo Reino Unido”, escreveram. "A transferência na Grã- Bretanha é urgente. Pedimos-lhe para assumir a sua responsabilidade.”

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