Um bem de todos

Por estes dias, são inúmeros os relatos de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) à beira da rotura, de norte a sul do país.

Urgências que fecham, profissionais de saúde exaustos e falta de recursos humanos: situações que acontecem numa altura em que não há a pressão da gripe sazonal, nem da situação pandémica. Leiria, infelizmente, não foi exceção.

Face ao que se passava no Centro Hospitalar de Leiria, matéria da maior importância para a vida das pessoas da nossa região, os deputados do PSD escreveram uma carta aberta ao Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales, eleito deputado pelo nosso distrito.

Nessa carta, apelámos a uma intervenção urgente do Governo para que dotasse o Centro Hospitalar de Leiria com condições mínimas para assegurar uma condigna prestação de cuidados de saúde aos utentes do SNS da Região.

Surpreendentemente, a resposta a este apelo urgente não veio do Ministério, nem da parte do Secretário de Estado leiriense.

A resposta veio dos deputados do PS eleitos pelo círculo de Leiria e passo a citar: “é lamentável que, depois do SNS ter dado prova da sua vitalidade durante o combate à pandemia e de procurar continuadamente soluções para continuar a robustecê-lo, haja quem esteja sempre a tentar, por motivos politicamente oportunistas, denegrir um serviço que esteve à altura dos mais recentes e brutais desafios com que a saúde foi confrontada”.

Ou seja, ou os deputados do PS, eleitos por este distrito, desconhecem a realidade do território que os elegeu, não lendo notícias, ou sabendo, entendem que a defesa do Governo é mais importante.

Em qualquer um dos casos, não deixa de ser insólito que os deputados do PS tenham sido mais céleres a sair em defesa do Governo, do que em defesa do distrito de Leiria e das pessoas da nossa região.

Há não muito tempo, andávamos em campanha eleitoral, e todas as forças políticas escolheram a Saúde como bandeira eleitoral.

É, por isso, absolutamente chocante constatar que, fora do período eleitoral, são os interesses partidários a prevalecer, em detrimento das pessoas que nós representamos.

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990