Teorias rurais

Os elementos mais marcantes do último mês continuam a ser a “intervenção especial” russa na Ucrânia (país irmão de Leiria e, creio, de grande parte do país), a aproximação do fim da quaresma e a renovada invenção do mundo (que é como quem diz, o regresso da luz da primavera).

Associados a estes eventos maiores do calendário no hemisfério norte, importa ainda assinalar o início do mês da chuva em Portugal continental e o cíclico regresso dos 28 dias do mês sagrado do Ramadão.

São muitas coisas ao mesmo tempo, muita matéria a alimentar o espaço noticioso e a manter ocupada a nobre e leal gente do mundo e da região.

Como sabem, depois da quaresma celebra-se a Páscoa e o Pentecostes.

São estes os próximos festivais religiosos que rapidamente se aproximam, e por entre tantas preocupações interessa ainda encontrar tempo (e dinheiro) para obter um bom exemplar para o sacrifício abraâmico, vestir as crianças com roupas novas e fazer a reserva (e respectiva sinalização) da quinzena de férias que daqui a poucos meses deverá ser gozada em terras algarvias.

A todos estes afazeres, que preenchem grande percentagem das capacidades cerebrais ainda disponíveis, há ainda quem procure trabalhar alguma coisa, pensando em elevar o nível da produtividade nacional.

Sendo certo que com chuva, guerra, Quaresma e Páscoa, despesas suplementares, entrega do IRS e outras chatices, a ambição produtiva se arrisca a ficar provavelmente para trás.

Mas, felizmente os serviços públicos e seus quadros técnicos continuam focados no apoio à comunidade e suas dificuldades.

É a estes prestimosos zeladores que confio a resolução dos meus (poucos) problemas. Obrigado, pessoal!

Juntando a este cardápio de actividades e notícias, a disseminação sazonal de anti-histamínicos e a tardia chegada de um assolador surto gripal, temos consolidado o fim do ciclo de inverno e o consequente avanço para os longos dias de trabalho agrícola.

Podar, empar, semear, regar, limpar, arrancar, torcer, cavar, nutrificar, para finalmente, lá mais para a frente, colher!

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990