Editorial

Silêncio par(a)lamentar

2 jun 2022 15:05

Pedimos aos cabeças de lista dos três partidos eleitos pelo Círculo Eleitoral de Leiria à Assembleia da República que apontassem as virtudes e eventuais defeitos do Orçamento do Estado para 2022. Recebemos apenas uma resposta.

O Orçamento do Estado para 2022 foi aprovado a semana passada pela Assembleia da República.

Independentemente de ter sido ratificado apenas pela maioria socialista no Parlamento, o facto é que será este o documento orientador no que se refere à política económica do Governo, quer no que diz respeito às receitas relacionadas com os impostos, quer nas previsões de investimento na saúde, na educação, nas estradas e nas infraestruturas públicas.

Em traços gerais, é neste extenso e complexo documento que figuram não só os grandes investimentos estratégicos para o País, como as transferências previstas para as autarquias.

O que quer dizer que tanto contém medidas globais, a nível nacional, como opções regionais que se reflectem a nível local.

Cumprindo o nosso desígnio de proximidade, pedimos aos cabeças de lista dos três partidos eleitos pelo Círculo Eleitoral de Leiria à Assembleia da República que apontassem as virtudes e eventuais defeitos do Orçamento do Estado para 2022, tendo em conta as necessidades da nossa região. 

Recebemos apenas uma resposta, assinada pela deputada Sara Velez, eleita pela lista do PS.

Paulo Mota Pinto, eleito pelo PSD, ainda prometeu enviar a sua opinião, o que acabou por não se concretizar, até à hora de fecho desta edição. 

Já o deputado eleito pelo Chega, Gabriel Mithá Ribeiro, limitou-se a ignorar as várias mensagens e telefonemas do JORNAL DE LEIRIA. 

Em suma, de uma forma ou de outra, ambos desprezaram o que estabelecem as normas do Parlamento no que diz respeito aos poderes, direitos e deveres dos deputados, onde lhes são garantidas “condições adequadas ao eficaz exercício das suas funções, designadamente ao indispensável contacto com os cidadãos eleitores e à sua informação regular”.

A nós, enquanto órgão de comunicação, cabe-nos estimular a participação cívica dos nossos leitores, de forma livre e informada, proporcionando espaços aos eleitos, sempre que possível, para manterem, ou reforçarem, se for o caso, a sua proximidade com os eleitores.

Seria de esperar, 
por isso, que os cabeças de lista escolhidos pelo Círculo Eleitoral de Leiria respeitassem pelo menos os votantes que garantiram o seu lugar no Parlamento.