Opinião

O medo

9 fev 2017 00:00

Lindberg era, assim, um homem com clara simpatia pelo regime Nazi e racista alemão.

"O medo preside a estas memórias, um medo perpétuo. Embora infância alguma esteja isenta dos seus terrores, pergunto-me se teria sido um rapaz menos assustado se Lindberg não tivesse sido presidente ou se eu não tivesse sido filho de um judeu”.

Assim se inicia o livro de Philip Roth “Conspiração contra a América”, cuja acção decorre nos Estados Unidos numa época ficcionada em que supostamente Charles Lindberg havia derrotado Roosevelt nas eleições presidenciais de 1940 tendo-se assim tornado Presidente dos Estados Unidos da América.

Lindberg, como é sabido, foi umas das figuras mais importantes da história da aeronáutica, tendo efetuado em 1927 o primeiro voo sem escala sobre o Atlântico, entre Nova Iorque e Paris, a bordo do monoplano Spirit of St. Louis. Mas foi também o ativista politico, pró-nazi e antissemita.

Estabeleceu boas relações com a Alemanha, esteve presente em 1936, ao lado de Hitler na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, em Berlim, tendo sido também condecorado em 1938 com um medalhão ornamentado com a cruz suástica.

Lindberg era, assim, um homem com clara simpatia pelo regime Nazi e racista alemão. Por isso, defendeu que os Estados Unidos não deveriam entrar na 2ª guerra mundial, numa atitude claramente isolacionista e nacionalista.

Em consonância com o que se deixa referido foi também porta-voz da organização pró-fascista “America First”, formada antes da entrada dos Estados Unidos na 2ª guerra mundial.

*Advogada

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