Opinião

Mudar de rumo - A racionalidade

25 jun 2016 00:00

Acredito que nenhuma organização – família, empresa e Estado – pode sobreviver em boas condições, ou cumprir bem a sua missão, sem uma elevada dose de racionalidade nas decisões e práticas seguidas.

São de aceitar que a racionalidade representa um factor de união entre todas as diferentes correntes de opinião existentes sobre cada tema, desde que as opiniões sejam, elas próprias, racionais. Ou seja, os factores de racionalidade contidos no tratamento de cada assunto são o que garante a adequação de cada decisão à realidade, criando a maior probabilidade das decisões serem correctas e adaptadas ao seu tempo, mas também a um tempo futuro.

O bom governo é portanto aquele cujas decisões não resultam de factores aleatórios, como interesses particulares, emoções pessoais ou de grupo e de modas, nacionais ou internacionais. Além disso, a boa decisão só o será por força da avaliação que lhe seja feita através da utilização de critérios igualmente racionais, isto é, demonstráveis e mensuráveis, além, naturalmente, dos resultados objectivos das decisões e do tempo decorrido.

Claro que todos sabemos que existem outros factores humanos que influenciam as decisões, como a emoção, o sentido estético e a seriedade intelectual dos decisores, ou a experiência de vida, mas esses factores, podendo ser relevantes, não são suficientes e a racionalidade e a cultura de rigor que lhe está associada são factores essenciais a ter presentes quando se trata de fazer opções, nomeadamente na governação de um País.

Em Portugal, por razões diversas, mas também culturais, o sistema político e os governos decidem com frequência de forma profundamente irracional, o que é uma das principais causas do estado de crise permanente em que vivemos e do desastre da economia.

Por isso o cidadão faz um esforço inútil ao tentar encontrar as razões e os objectivos das decisões oriundas da actividade política nacional, em que não se vislumbram os factores de racionalidade de cada decisão. Isto é, não existindo a cultura de colocar a razão à frente dos outros factores, frequentemente aleatórios, o resultado é a ausência de continuidade de pensamento e de acção dos agentes políticos, mas também das próprias políticas, bem como a inadequação das decisões à realidade.

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