Opinião

Como nos deixámos morrer

22 fev 2017 00:00

E, de repente, a História encontrava o seu fim.

A globalização espalhava a democracia juntamente com os hamburgers e o liberalismo aparecia como a segunda vinda do salvador. O futuro nunca mais regressaria ao passado. Amanhã nunca seria a véspera de hoje.

As cantorias dos futuros radiosos seriam celebradas agora. Mesmo com todas as imperfeições (o caminho estava em construção) e todos os erros (o resto do mundo como depósito radioactivo do nosso caminho).

Mas as lantejoulas e as purpurinas mascaravam a realidade. O que parecia, não era (muito antes dos factos alternativos). E a alienação construída ao longo dos últimos anos contribuía para o engano. Porque nunca, nunca mais, o homem voltaria a cometer os mesmos erros, as mesmas atrocidades.

Porque tenderíamos, não para uma utópica igualdade, mas para uma diminuição do fosso entre a parte de cima e a parte de baixo da sociedade. Todos diferentes. Mas iguais nas nossas diferenças.

O menosprezo pela ganância humana, o desdém pelas disciplinas sociais, em especial a história, e o primado da finança, aliado a algumas políticas que se revelaram erradas ou muito erradas e que não conseguimos alterar em nome da ideologia, da arrogância ou, simplesmente, por “não haver outro caminho”, acabaram por abrir fissuras na democracia por onde entraram a demagogia e o populismo.

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