Sociedade

Será Leiria um novo “Allgarve”?

25 jan 2018 00:00

Há cada vez mais cidadãos estrangeiros que escolhem Portugal para gozar a reforma. A tendência cresce também em Leiria, onde autarcas e agentes económicos encontram neste público uma oportunidade para dinamizar a região

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Daniela Franco Sousa

A revista International Living elegeu recentemente Portugal como o melhor refúgio da Europa para receber reformados e o sétimo melhor País, entre 25 destinos do mundo, para receber este público.

Neste ranking, liderado pela Costa Rica, a publicação tece elogios acerca da beleza, da segurança e do baixo custo de vida em Portugal. E não só. Descreve ainda os portugueses como “acolhedores e amáveis” e sugere aos reformados que comecem por conhecer a capital portuguesa, que goza de uma "boa rede de transportes" e de um grande número de pessoas que falam Inglês.

Algarve, Lisboa, Porto e o Litoral, de forma geral, estão entre os locais que mais cidadãos estrangeiros têm acolhido, e Leiria também começa a atrair cada vez mais reformados de outras nacionalidades, o que é visto pelos autarcas do distrito como uma grande oportunidade. Sobretudo quando estes idosos mostram ser grandes dinamizadores da economia e da vida social de concelhos de baixa densidade populacional.

Idosos põem Ansião no mapa internacional do críquete

Maurice Charles Young, bombeiro profissional aposentado, de 70 anos, descobriu Ansião há 16. Vivia em Inglaterra quando desenvolveu uma doença, que lhe afectou os músculos e os ossos, e foi por sugestão clínica que entendeu deixar a terra natal. O seu médico recomendava um clima mais seco e mais quente, e o britânico, que conheceu Portugal por intermédio de uma cunhada, acabou por se radicar no concelho de Ansião.

“Encontrámos uma casa aqui, praticamente em ruínas, comprámos e arranjámos. Agora, estou a pensar ter nacionalidade portuguesa, porque este País deu-me uma vida nova”, justifica Maurice. “Viver no Centro de Portugal é mais natural, tem menos complicações”, argumenta o britânico. E para quem tem problemas ao nível do sistema imunitário, “é melhor não ter muita gente à volta”, acrescenta Maurice, que aponta, entre outros benefícios de residir em Portugal, o facto de ter por cá um custo de vida mais baixo do que teria em Inglaterra.

Embora pague os impostos relativos à sua pensão no seu país de origem, é em Portugal, designadamente no concelho de Ansião, que este idoso tem investido os seus rendimentos. Além de ter adquirido e reabilitado a casa onde mora, Maurice faz compras no comércio local e, embora recorra regularmente aos centros de saúde e hospitais públicos, também já utilizou os serviços de clínicas particulares da região. E serão já algumas as centenas de estrangeiros que estão a residir em Ansião, estima Maurice. Boa parte dos quais são, como ele, idosos aposentados.

Mas, contrariamente ao que se poderia esperar, estes estrangeiros não ficaram parados a aproveitar a calma e os dias solarengos do interior. Integraram-se perfeitamente com a comunidade portuguesa, também com os mais jovens, e passaram a agitar aquelas terras com actividades sociais e desportivas regulares.

Maurice, que já foi árbitro de críquete, explica que os estrangeiros formaram equipas da modalidade, com membros nascidos em Inglaterra, África do Sul, Austrália, Índia, Bangladeche e alguns portugueses, todos eles agora residentes em Ansião. E são tantos os torneios organizados, que só no ano passado o concelho recebeu 14 equipas de críquete com jogadores espanhóis, ingleses, italianos e russos, recorda

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