Sociedade

Quando o melhor do mundo contribui para um mundo melhor

2 jun 2016 00:00

Por ocasião do Dia Mundial da Criança, que se assinalou ontem, fomos perceber de que forma os mais pequenos podem ajudar a corrigir comportamentos errados dos adultos. E, pelos testemunhos que recolhemos, há razões para optimismo.

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Maria Anabela Silva

Quem é que nunca foi repreendido por uma criança por fumar, deitar papel ou embalagens no lixo normal em detrimento dos ecopontos, não pôr o cinto de segurança quando o automóvel inicia a marcha ou passar com o semáforo já a cair no vermelho? Serão poucos ou nenhuns os adultos que ainda não passaram por uma reprimenda destas.

Se é verdade que a extensão dos currículos escolares, de que se queixam os agentes educativos - com os professores à cabeça -, vai deixando, cada vez menos, espaço para desenvolver projectos e trabalhar com os alunos temas relacionados com a educação para a saúde, a protecção do ambiente ou a prevenção rodoviária, também não é menos verdade que, nos últimos anos, se deram passos importantes nestas áreas. A ponto de os mais optimistas acreditarem que esse trabalho com os mais novos contribuirá – em em alguns casos já está a contribuir - para a alteração de comportamentos nos mais velhos.

“As crianças podem ser um factor positivo na mudança de comportamentos errados dos adultos ou estes, perante crianças, serem mais moderados nas suas atitudes erradas”, afirma o pediatra Mário Cordeiro, advertindo, no entanto, que “não se pode colocar esse ónus sobre as crianças”.

Também Alexandra Lázaro, psicóloga infantil, reconhece que os mais pequenos “são um bom modo de disseminação das campanhas de sensibilização”. Como “estão, ao longo do seu desenvolvimento, ávidas de novo conhecimento”, “se tiverem oportunidade, levam esse conhecimento aos adultos mais significativos [como os pais] e, se possível, colocam-no em prática”, acrescenta a psicóloga. E isso educa, ou seja, altera comportamento por isso si só? “Talvez, mas penso que exige mais tempo”, responde a especialista.

Tempo e “muita pressão” têm sido as estratégias usadas pelos filhos de Marisa Pires para convencerem os pais a largarem o vício do tabaco. Já o conseguiram uma vez, mas os progenitores tiveram uma recaída.

“A primeira vez que deixámos de fumar foi por causa do meu filho mais velho. Tinha seis anos e massacrava-nos. Agora, que está mais crescido, continua a pressionar-nos. Pergunta-nos insistentemente quando vamos deixar”, conta.

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