Sociedade

Pressão pode levar jovens a tentar o suicídio

1 mar 2018 00:00

Pais devem ensinar os filhos a fracassar

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Quem lida de perto com crianças e jovens começa a ver cada vez mais estudantes a recorrerem a médicos ou psicólogos com sintomas incapacitantes. Na pediatria do Centro Hospitalar de Leiria, quase diariamente, há jovens que aparecem com ansiedade, distúrbios gastrointestinais fruto do stress. Se estes sintomas já são difíceis de suportar, pior serão as tentativas de suicídio, que são mais frequentes do que se possa imaginar.

“Temos jovens que querem chamar a atenção, que administram drogas, e que tentam o suicídio. São situações recorrentes. Muitas não passam de chamadas de atenção, mas que devem ser valorizadas por pais, docentes e profissionais de saúde. Por vezes, há aqueles que cometem mesmo suicídio, como sucedeu com uma jovem de 15 anos, no ano passado”, revela Bilhota Xavier, director da Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria.

O pediatra alerta que maus comportamentos, rebeldes, ou comportamentos de oposição “não passam de pedido de ajudas e os professores põem-nos fora das salas de aula ou penalizam-nos com dias de suspensão”. “Ultimamente é cada vez mais frequente verificar crianças ansiosas por irem para a escola.

De manhã têm vómitos, ficam stressadas. Tem a ver com a exigência dos pais, que querem que os filhos tenham 5 a tudo”, critica Bilhota Xavier. As crianças precisam de brincar Bilhota Xavier constata que os pais, com dificuldade de horário, “colocam as crianças na escola de manhã e, depois, têm os tempos livres, actividades não lectivas e há crianças que têm um regime de horário que ultrapassa as 40 horas semanais”.

Para piorar a situação, “os pais ainda querem que façam mais deveres” quando chegam a casa, o que coloca em causa o bem-estar das crianças, que ficam sem tempo para brincar. “As crianças precisam de brincar sem orientação de um adulto. Sob as suas próprias regras, onde idealizam jogos e desenvolvem a sua criatividade. Já basta a concorrência com os tablets. Vejo crianças com auto-estimas preocupantes por serem muito criticadas e obrigadas a uma competitividade extrema. O prazer em aprender é transformado numa situação de angústia”, acrescenta o espe

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