Sociedade

Paulo Vicente: “Nós, políticos, tendemos a ouvir as pessoas quando precisamos dos votos”

25 fev 2016 00:00

O presidente da Câmara da Marinha Grande sublinha a importância de ouvir a população fora do contexto eleitoral

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Daniela Franco Sousa

Álvaro Pereira pediu suspensão de mandato por um ano. Acredita que até Outubro terá reunido condições para voltar à Câmara?

O senhor presidente pediu suspensão de mandato por 365 dias. É o máximo que a lei permite, por doença. Temos de respeitar as circunstâncias da suspensão.

Mas caso recupere, terá condições políticas dentro do Partido Socialista para regressar?

Dentro do Partido Socialista penso que essa questão não foi analisada. Mas se vier a ser questionado, o PS analisará as condições de um possível regresso do presidente.

Uma câmara de cofres cheios é uma câmara fácil de governar?

A Câmara não tem os cofres cheios. A Câmara está de boa saúde financeira. Como qualquer autarquia, tem de cumprir compromissos. É evidente que estamos mais descansados do que se a Câmara estivesse endividada, coisa que não está. Temos capacidade de endividamento e se eventualmente se colocar a situação de poder contrair empréstimos, para financiamento da actividade camarária, para investimento, temos essa possibilidade. É uma situação confortável, obviamente.

Apesar de ter herdado esta situação confortável...

Eu não herdei esta situação. Eu contribui para esta situação, porque já estou na câmara há seis anos.

... apesar desta situação confortável, tem de gerir alguns fardos pesados, como o negócio da Câmara com a ex-SAD da União de Leiria...

No caso da ex-SAD da União de Leiria nós fazemos parte da lista de credores e a situação resolver-se-á ou não. Mas eu penso que se resolverá, em relação aos créditos que temos.

E como se resolverá a questão dos relvados sintéticos?

O que estava em causa era a colocação de um sintético por ano. Um sintético está colocado. Os outros sintéticos não foram aplicados, mas há um protocolo firmado com a extinta SAD da União de Leiria e nós somos credores.

Havendo disponibilidade financeira por parte do Município, por que razão nunca foi prioridade pagar o Bairro do Camarnal?

Não gosto de falar de heranças, porque os meus pais eram pobres e tudo o que tenho ou não tenho, a mim o devo. Quando nos candidatamos assumimos todos os encargos da Câmara. Tem havido negociações entre a Câmara e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, ainda não há contrato, mas é uma dívida que a Câmara assumirá. É uma questão que já atravessou três ou quatro mandatos. Já houve tempos em que existiu uma possibilidade de resolver o problema, aproveitando determinada legislação. Eu não estava cá, não sei por que não foi resolvido.

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