Viver
Palavra de Honra | A bondade devia viver nas entrelinhas dos dias comuns
Fabiana Ferreira Fraga, Engenheira Civil e Instrutora de Yoga
– Já não há paciência… para julgamentos apressados, olhares que não se demoram, ouvidos que não escutam; para conversas sem alma, sorrisos sem brilho, corações trancados atrás de razões que se esquecem de sentir. Já não há paciência para uma bondade que só aparece em datas assinaladas — devia viver nas entrelinhas dos dias comuns, sem precisar de ocasião para acontecer.
– Detesto… quando, por não saber acolher o que sente, alguém, sem querer, derrama no outro o que transborda de si.
– A ideia… é viver o agora, aceitar a dança da mudança. Há beleza no imprevisto, valor no que não se repete. Caminhar em equilíbrio, com o coração sereno e o olhar claro.
– Questiono-me se… é possível habitar a verdade de quem somos, com o respeito que nasce da clareza e a liberdade que abre espaço para o encontro — tudo dito no silêncio entre as palavras.
– Adoro… a magia do crescimento silencioso, onde “Sou” o poema que se revela a cada instante, aberto aos mistérios da vida e aos sussurros de cada detalhe.
– Lembro-me tantas vezes… de ser presença que soma — sem palco, sem pressa. Só um olhar atento, uma escuta inteira.
– Desejo secretamente… que o tempo abrande e a paz se torne hábito, num lugar simples onde tudo respira devagar.
– Tenho saudades… da gargalhada que nos solta, daquele instante em que o mundo se rende à alegria sem razão.
– O medo que tive… foi de deixar de sentir o medo — porque há sabedoria na emoção crua, onde o sentir se transforma em farol.
– Sinto vergonha alheia…quando a humanidade se esconde, esquecida no meio da pressa e do ego.
– O futuro… vive na aceitação de quem somos, com o que temos de único. Respeitar a diferença é desenhar pontes — é assim que se constrói um mundo mais inteiro.
– Se eu encontrar… o caminho, sigo com leveza, mesmo sem saber onde vai dar.
– Prometo… ser brisa e tempestade, estar inteira e solta, dançar com o tempo até que ele se esqueça de contar.
– Tenho orgulho… em ser mãe — esse milagre que mistura caos e ternura, onde o amor se reinventa sem pedir licença.