Sociedade

Os perigos que os ciclistas enfrentam para chegar ao centro da cidade

30 jul 2021 16:18

Seja em lazer ou em trabalho, pedalar entre os arredores de Leiria e o centro da cidade, ainda é uma realidade em construção

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Testámos três percursos e confirmámos as dificuldades
Ricardo Graça

O uso da bicicleta para as deslocações pessoais, familiares e profissionais, é uma realidade há décadas em vários países europeus. Nos últimos anos, tem-se acentuado o incentivo à utilização deste meio de transporte, fruto de uma maior sensibilização ambiental, de mobilidade e sustentabilidade.

Leiria tem apostado na criação de ciclovias, mas será que as infra-estruturas existentes permitem que os moradores dos subúrbios se desloquem de bicicleta, em passeio ou para o local de trabalho, sem se sentirem em perigo constante?

O JORNAL DE LEIRIA foi à procura de respostas e experimentou fazer a ligação entre três aglomerados urbanos periféricos e o centro da cidade. As sensações não foram as melhores, sobretudo em matéria de segurança.

Perigo na rotunda
Começámos a nossa viagem de bicicleta em frente à estação ferroviária de Leiria, na freguesia de Marrazes, e foi pela Rua da Estação que iniciámos o percurso até ao centro da cidade.

Por essa estrada recta, a sinistralidade rodoviária é constante e apesar de só existir uma via de caminho para o centro, a verdade é que a qualidade do piso e o limite de velocidade imposto aos veículos, deixam o ciclista à vontade para progredir metros e metros sem dificuldades de maior.

O grande contratempo neste percurso termina exactamente no final da estrada, na Rotunda da Almuinha Grande - com entradas para a Nova Leiria, Ponte Euro 2004, entre outras. Se quisermos entrar logo na Ponte Euro 2004, o caminho até é de fácil acesso já que se trata da primeira saída possível para quem vem da rua da Estação.

Mas, se por outro lado, precisamos de contornar a rotunda - além desta ser enorme, os automobilistas deslocam-se a uma velocidade/ arranque acima da média - o que pode colocar imediatamente em perigo a nossa segurança. Neste caso, optámos por, metros antes (junto à rotunda), virar à direita, entrar na rua António do Espírito Santo e virar novamente à direita, junto a loja da Fidelidade.

Por essa rampa abaixo encontrámos um caminho que vai fazer uma ligação segura com o caminho Polis. Até ao centro da cidade, o percurso fez-se com relativa facilidade. Quanto ao tempo demorado a percorrer esta distância, foram precisos pelo menos 8 minutos.


Condutores impacientes
O segundo trajecto que nos propusemos fazer teve início no centro das Cortes, junto à Ponte do Cavaleiro. Final do dia, com o rio Lis no horizonte, lá pedalamos rumo ao centro de Leiria.

Antes de mais é preciso salientar que existe uma panóplia de opções para todas as extremidades da cidade, se bem que para quem se quer ‘aventurar’ de bicicleta, há opções mais viáveis que outras - nós partimos com o pressuposto de chegar a alguma ciclovia já existente na entrada da cidade. Optámos por ter como referência a entrada da ciclovia da Polis, junto ao ISLA, em São Romão.

Os problemas começaram rapidamente com a própria estrada, já debilitada, com alguns buracos alcatroados à pressão e a suplicarem para serem melhorados. Com as rodas da bicicleta a embaterem constantemente nestas saliências, a experiência da viagem de bicicleta foi-se tornando-se cada vez mais dolorosa, especialmente a nível do cóccix… já dorido.

Uma realidade contrastante com a magnífica paisagem do pôr do sol sobre o prado verdejante, meia dúzia cavalos de diversas cores e uma dezena de praticantes de caminhada bem dispostos, a passearem- se na berma da estrada, para trás e para a frente.

Outro dos aspectos negativos prende-se com uma quantidade excessiva de curvas apertadas - que apesar de não se reflectir numa condução condicionada dos ciclistas, torna mais perigoso o momento de ultrapassagem dos automob

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