Viver

Orquestra Sinfónica de Leiria regressa com 'Um Natal Português'

1 dez 2017 00:00

Formação musical do Orfeão de Leiria regressa hoje, dia 1, no Convento da Portela, aos espectáculos após uma paragem de alguns anos. Em palco, os seus 120 músicos irão executar a obra 'Um Natal Português', sob a alçada de Nuno Almeida.

Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Jacinto Silva Duro

Clique em cima para ver a galeria

"Somos o pêndulo do relógio da sala que temos lá em casa. Aquele relógio chiquíssimo. Não nos vamos abanar. Subimos e voltamos a descer!" As indicações do maestro Nuno Almeida são precisas e os coralistas do Coro do Orfeão de Leiria fazem o aquecimento das vozes e do corpo com os seus exercícios especiais. Seguem cada palavra, como se fossem ordens dadas por um sargento de instrução.

"Isto não é a tropa", dispara, provocando uma explosão de riso. O sol, lá fora, já se pôs e o serão na sala do órgão do Orfeão será de trabalho árduo. "Agora, toda a gente acabou de jantar e ninguém lavou os dentes. Com a língua, comecem a tirar os pedaços de alface que ficaram presos. Mexam bem a língua."

No dia 1 de Dezembro, sexta-feira, a partir das 21:30 horas, no Convento da Portela (Franciscanos), em Leiria, o coro vai juntar-se à reactivada Orquestra Sinfónica de Leiria em palco, juntando 120 músicos e coralistas para o concerto Um Natal Português. Mas, por agora, a pressão ainda não se faz sentir e, no ensaio, os risos sucedem-se a cada novo exercício sugerido por Nuno Almeida.

O jovem maestro de 24 anos, natural da cidade do Porto, acaba os quase 20 minutos de aquecimento do mesmo modo com os começou; com boa disposição e muitas gargalhadas, após convencer os coralistas a mimetizar um peru. O concerto de Natal do Orfeão promete ter um sabor português. O peru só servirá para os ensaios.

"É autêntica gastronomia nacional", garante o maestro, socorrendo-se de mais uma metáfora gastronómica para melhor explicar o que, amanhã, o público vai poder assistir. “O menu musical será tão nacional como o bacalhau com couves da Consoada.

"É um concerto com um cardápio, cujo mote são temas da música tradicional natalícia, preparados segundo a receita de quatro 'cozinheiros' nortenhos, os maestros e compositores Eugénio Amorim, Fernando Lapa, Fernando Valente e Carlos Azevedo." A sessão musical tem a duração de 50 minutos e 33 segundos, com quatro andamentos, cada um deles, da responsabilidade de cada um dos compositores.

Esta será também uma oportunidade para assistir ao regresso da reactivada Orquestra Sinfónica de Leiria. A formação executará uma peça sinfónica Um Natal Português, onde se podem encontrar temas da Beira Alta e Beira Baixa, de Norte a Sul do País, do Natal tradicional de Arouca - Fernando Valente é natural desta vila -, com um grande trabalho coral e orquestração. "São todos temas tradicionais que, até há bem pouco tempo, eram apenas transmitidos por via oral", enfatiza Nuno Almeida.

Música a partir de Lopes-Graça e Giacometti
O espectáculo assenta no trabalho de recolha realizado por Fernando Lopes-Graça e Michel Giacometti, em meados do século XX, que deu origem ao Cancioneiro Popular Português.

Em 2001, Eugénio Amorim, à data o maestro titular do Coro da Sé do Porto, lançou aos restantes três autores, seus amigos, o desafio de conceber este concerto, com a obrigatoriedade de aproveitar "a prata da casa".

"É exactamente isso que também pretendo fazer ao colocar de pé este concerto", diz o maestro, cuja batuta orienta a Orquestra Sinfónica de Leiria. Nuno Almeida recorda que Eugénio Amorim lhe confidenciou que colocou algumas interrogações sobre se se deveria incluir no núcleo de compositores.

"Ainda bem que o fez, porque se complementam de forma ímpar." A junção dos quatro andamentos resultou numa narrativa linear contínua que faz sentido musicalmente. Texturas, harmonias e todos os detalhes encaixam como se tivessem sido obra de apenas um criador, com princípio, meio e fim, não obstante as diferentes características dos seus quatro "progenitores".

Cada um procurou encontrar, da forma que melhor soube e pôde, a tradução cor

Este conteúdo é exclusivo para assinantes

Sabia que pode ser assinante do JORNAL DE LEIRIA por 5 cêntimos por dia?

Não perca a oportunidade de ter nas suas mãos e sem restrições o retrato diário do que se passa em Leiria. Junte-se a nós e dê o seu apoio ao jornalismo de referência do Jornal de Leiria. Torne-se nosso assinante.

Já é assinante? Inicie aqui
ASSINE JÁ