Sociedade

Morada Certa já resgatou 13 sem-abrigo das ruas de Leiria

5 out 2021 15:00

Das 13 pessoas retiradas da rua pelo projecto, dinamizado pela InPulsar com apoio de várias entidade , quatro já estão a trabalhar e três fazem voluntariado junto de instituições da região.

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Maioria das pessoas resgatadas da rua vivia há mais de dez anos na condição de sem-abrigo
Ricardo Graça/Arquivo
Maria Anabela Silva

Em pouco mais de um ano, o projecto Morada Certa já resgatou 13 sem-abrigo das ruas da cidade de Leiria, dando-lhes casa, mas também acompanhamento. Uma assistência que é assegurada por técnicos da InPulsar - Associação de Desenvolvimento Comunitário, o braço-armado do programa, financiado pela Câmara e pela Lusiaves, ao abrigo de um protocolo assinado entre as várias entidades.

Miguel Xavier, presidente da InPulsar, fala de uma “taxa de sucesso 100%”, o que significa que, até ao momento, nenhuma das pessoas apoiadas voltou à rua.

O dirigente adianta que a maioria dos 13 sem-abrigo,- 12 homens e uma mulher - a quem foi atribuída casa - se encontrava “há mais de 10 anos” na rua, mas havia quem tivesse estado nessa situação durante mais de três décadas.

“Eram casos crónicos na condição de sem-abrigo”, frisa Miguel Xavier, que faz um balanço “extremamente positivo do projecto, que sofreu um incremento significativo com o protocolo assinado em Outubro do ano passado com a Lusiaves, através do qual a empresa assumiu o financiamento, de pelo menos, dez casas.

O presidente da InPulsar revela que, das 13 pessoas retiradas da rua, quatro já estão a trabalhar e três fazem voluntariado junto de instituições da região.

“Sempre dissemos que a prioridade não era que conseguissem emprego, porque estamos a falar de pessoas que se encontravam muito fragilizadas, com problemas de saúde. O terem conseguido dar também esse passo é mais um indicador de sucesso do projecto”, afirma.

Miguel Xavier conta o caso de um dos beneficiários do Morada Certa a quem um amigo da associação ofereceu uma bicicleta e que, em jeito de agradecimento, começou a ajudar essa pessoa nas tarefas do campo. É, diz, um exemplo de “humanismo e de um alcance inimaginável na forma como, de facto, podemos mudar vidas”.

O presidente da InPulsar assume que, no início, houve quem duvidasse que o projecto pudesse resultar, inclusive, dentro da associação. Ele é que nunca duvidou, conseguindo arrastar consigo uma equipa que se “tem dedicado de corpo e alma” ao Morada Certa.

E até ao nível do arrendamento das casas, um dos principais obstáculo tendo em conta o actual mercado imobiliário, tem havido boas surpresas, com “algumas pessoas a dirigirem-se à associação, disponibilizando as suas casas para o arrendamento”.