Sociedade

História de um conflito que ameaça vida de clube de ténis com 40 anos

16 nov 2017 00:00

Diferendo sem fim à vista entre Câmara de Leiria e privado por causa de terreno.

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Maria Anabela Silva

O conflito entre a Câmara de Leiria e um dos proprietários do terreno onde foi construído o complexo de ténis não só parece não ter fim à vista como se está a agudizar. No meio da batalha, encontra-se o Clube Escola de Ténis de Leiria (CETL), uma colectividade com 40 anos que tem servido como arma de arremesso do particular contra o município e que, nos últimos meses, viu a sua actividade ameaçada por causa do conflito.

A situação agravou-se nos últimos dias, com sucessivos actos de vandalismo contra as instalações, através do arremesso de embalagens de vidro com óleo mal cheiroso, pondo em causa a “integridade física” de alunos e professores.

Joaquim Dias, presidente do clube, fala em “terrorismo puro”. A título de exemplo refere o que se passou na terça-feira quando, “por volta das 22 horas, com alunos no recinto, alguém atirou um boião de vidro que caiu dentro de um dos campos, onde, por sorte, não havia ninguém”. “Tem sido todos os dias”, diz, admitindo que, face ao impasse, o clube tenha de encerrar a actividade.

“O CETL ao fim de 40 anos de plena e prestigiada dedicação social e desportiva à cidade, não merece uma situação destas, à qual é completamente alheio e injustamente a maior vítima. Estou cansado! Após 38 anos de dedicação… Vou-me embora”, escreveu Joaquim Dias, num desabafo publicado, na sexta-feira, na sua página do facebook depois de “mais uma investida” contra as instalações.

Esta quarta-feira, em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, afastou, no entanto, o cenário de demissão. “Estou desencantado e os professores estão devastados, mas não vamos atirar a toalha ao chão”, assegura o dirigente, que espera que “as entidades responsáveis encontrem uma solução antes que a corda parta de vez”.

Arlindo Lisboa, proprietário de um terreno parcialmente ocupado com os campos de ténis que está na origem do diferendo e que assumiu a autoria do corte de árvores junto ao complexo, da colocação de uma vedação a interditar temporariamente os campos e de troncos de madeira nos acessos ao complexo, demarca-se dos últimos actos de vandalismo. “Não tivemos nada a ver com isso”, assegura o empresário que, sobre as anteriores acções de protesto, diz: “Quero demarcar e defender o que é meu”.

A Câmara tem respondido às várias acções com processos em tribunal, como uma providência cautelar que permitiu ao município retirar, provisoriamente, os troncos e desimpedir o acesso à ponte do Polis. Segundo informou o presidente da autarquia durante a reunião de executivo, realizada na terça-feira, decorre tambénum “processo da acessão imobiliária”, uma figura jurídica que permite ao dono de uma obra erguida num terreno de outro adquirir o direito de propriedade, desde que a construção seja de valor superior àquele que prédio tinha antes, mediante o pagamento da parcela pelo “justo valo

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