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Extramuralhas vai transformar Leiria na cidade dos góticos

16 fev 2018 00:00

Festival | Entremuralhas deixa castelo, muda de nome e abre-se à população

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Jacinto Silva Duro

Nas próximas duas edições, o Festival Entremuralhasvai descer do seu ninho de água, entre as paredes do Castelo de Leiria e descer à cidade do Lis. Enquanto a forteleza medieval estiver em obras de melhoramentos, o evento passará a chamar-se Extramuralhas e terá vários concertos gratuitos, abertos à população e os visitantes.

Em 2018, o festival promete pintar em "garridos" tons de negro a cidade nos dias 23, 24 e 25 de Agosto e contará com os grupos Current 93 e Ulver, como principais atracções. A organização promete “transformar Leiria na cidade dos góticos” e não exclui a possibilidade de haver uma terceira banda cabeça-de-cartaz.

Dentro do circuito da música alternativa, tanto os Ulver, na fotografia, acima, como os Current 93, são nomes grandes, conhecidos e acompanhados por legiões de fãs de todo o Mundo. 'São grupos que nos deixam muito orgulhosos de os podermos apresentar na nossa programação deste ano'

O Jardim Luís de Camões será o centro nevrálgico do evento, esperando-se que, este ano, o número de espectadores seja bastante superior aos 737 por dia, número místico que a organização fixou há nove anos como limite, para o castelo. Pelo menos, essa foi a intenção expressa pelo vereador da Cultura, Gonçalo Lopes, durante a apresentação do novo figurino do Extramuralhas, na passada sexta-feira, dia 9.

Os espectáculos gratuitos acontecerão no Centro de Diálogo Intercultural (CDIL) e Jardim Luís de Camões, e os pagos estarão reservados para o Teatro José Lúcio da Silva (TJLS), e para o Stereogun, um novo espaço, que nascerá das cinzas do antigo Beat Club.

De notar que os concertos na Igreja da Misericórdia (CDIL) são prioritários para os primeiros 250 compradores de bilhetes dos três espectáculos no TJLS.

O presidente da Fade In - Associação de Acção Cultural, entidade que organiza o evento, sublinha que a abertura a novos espaços e ao público permitirá desmistificar o evento entre a população, ao mesmo tempo que ajudará a melhorar o cartaz com alguns pesos-pesados da cena musical alternativa.

"O Teatro José Lúcio é uma sala que tem condições para acolher artistas com mais necessidades técnicas e com todo o conforto", diz Carlos Matos, adiantando que, de outro modo, jamais seria possível levá-los ao Castelo de Leiria.

"Imaginem o que seria levar um piano de cauda para lá", exemplifica. Para já, a Fade In anunciou sete bandas e artistas que passarão pelos espaços culturais de Leiria, mas o número poderá ascender à dúzia, caso haja patrocínios.

Para ajudar a pagar a factura, além do apoio da autarquia local, a Fade In espera conseguir verbas de parceiros, além do dinheiro decorrente da habitual venda de merchandising, comida e bebida. "Se conseguirmos garantir apoios dos patrocínios, poderemos chegar às 12 bandas", prevê o responsável pela Fade In.

Grandes nomes do circuito alternativo Na programação apresentada na semana passada, encontramos Christian Wolz, artista alemão, que “trabalha com a voz”. Alcança registos de tenor, alto tenor e castrato, e apresentar-se-á na antiga Igreja da Misericórdia, com uma performance vocal onde não faltarã algumas nuances electrónicas.

"Será uma experiência de sentidos bastante intensa", assegura Carlos Matos. Seguem-se os espanhóis Captains que, tal como Wolz, irão estrear-se em Portugal, no Extramuralhas, e os suecos Priest que, sob anonimato, passarão pelo festival, escondendo a sua identidade atrás de máscaras.

"Sabe-se que dois deles pertencem aos Ghost, uma mega banda nórdica, que também usa máscaras nos concertos ao vivo", adianta o presidente da Fade In. Este grupo irá apresentar um som baseado no synthpopdos anos 80, que lembra Depeche Mode ou Human League.

Da Rússia para Leiria, viajarão os Short Paris, uma das bandas mais relevantes da nova cena sonora russa. Originário de São Petersburgo, este quiteto mistura post-punk e música electrónica.

"Acreditamos que terão grande impacto quando actuarem no Jardim Luís de Camões", entende Carlos Matos. Seguem-se, no cartaz, os franceses Horskh, que chegarão de Bésançon. "São uma espécie de Prodigy, mas mais arrojados e agressivos, misturando música ele

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