Sociedade

Ensino à distância: alunas do 8.º ano do Juncal criam campanha para atrair turistas à Serra de Aire

4 jul 2020 21:06

Num período de aprendizagens em casa, duas estudantes de 13 anos do concelho de Porto de Mós desenvolveram materiais de comunicação bilingue para captar visitantes nacionais e de fora de Portugal, num momento em que a Covid-19 influencia, negativamente, os destinos turísticos

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Um dos folhetos produzidos pelas estudantes do Instituto Educativo do Juncal
DR

O desafio foi aceite com empenho máximo. Num período de aprendizagens em casa, duas estudantes de 13 anos do concelho de Porto de Mós desenvolveram materiais de comunicação bilingue para as serras de Aire e Candeeiros com o intuito de atrair visitantes nacionais e de fora de Portugal, num momento em que a Covid-19 influencia, negativamente, os destinos turísticos.

O trabalho, classificado com “Muito Bom”, respondeu aos objectivos propostos: estudar os parques naturais e reflectir sobre a fruição da natureza num contexto de respeito pelo ambiente e pelas medidas de excepção relacionadas com a pandemia. 

Veja o vídeo:

Já no regime de ensino à distância, nem por isso as alunas do 8.º ano do Instituto Educativo do Juncal deixaram de se aplicar, ao longo de duas semanas, numa tarefa articulada entre as disciplinas de Ciências Naturais, Inglês e Físico-Química. 

Eduarda Vigário e Maria João Rodrigues criaram vários folhetos e um vídeo para atrair turistas ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), com conteúdos em inglês e português que revelam os segredos e maravilhas do Parque Natural localizado nos concelhos de Alcobaça, Porto de Mós, Alcanena, Santarém, Torres Novas e Ourém. 

Abordam também o impacto da Covid-19 no turismo e o efeito prejudicial do som no bem-estar das espécies animais.

“Do ponto de vista pedagógico, o que é que isto tem de interessante? Obriga a que usem pesquisa, reflictam sobre o que pesquisaram e criem um utensílio que vai interagir com o real”, comenta Bruno Monteiro, responsável pela disciplina de Ciências Naturais.

“O ensino é centrado no trabalho do aluno e o aluno não é um recipiente de matérias dadas pelo professor”, conclui.

Mesmo longe da escola, ficaram também evidentes as capacidades de autonomia dos alunos e o potencial do ensino à distância, “se bem articulado”.

Cumprindo o currículo, que inclui o tema dos parques naturais, a proposta de trabalho passava por incluir o PNSAC, que partilha a geografia do concelho de Porto de Mós com o Instituto Educativo do Juncal.

Como desafios complementares, os alunos deviam raciocinar sobre o impacto da Covid-19 nos fluxos de turismo nacionais e internacionais, que têm consequências macro e micro. E propor soluções para agir à escala local, mas numa perspectiva global, com a expectativa de dinamizar a economia do território que habitam.

Eduarda Vigário e Maria João Rodrigues, de 13 anos, responderam com objectos que têm aplicação no mundo das empresas.

“No fundo, elas fizeram uma campanha publicitária”, resume Bruno Monteiro, para quem este é um exemplo do que deve ser “o ensino moderno”.

As escolas proporcionam “o ambiente educativo”, mas “dentro da autonomia e responsabilidade do aluno” e com “projectos diferenciadores”, os bons alunos “educam-se a si mesmos”, conclui.