Abertura

Coronavírus obriga famílias a ter vários natais

17 dez 2020 10:42

A pandemia de Covid-19 está a obrigar pessoas de todo o mundo manterem-se afastadas dos que mais amam. Este Natal será mais triste e pequeno para muitas famílias, que vão procurar cumprir com as recomendações das autoridades de saúde a fim de proteger os mais vulneráveis

Carlos Palheira e Lino Ferreira terão este ano um Natal com menos gente em casa
Carlos Palheira e Lino Ferreira terão este ano um Natal com menos gente em casa
Carlos Palheira e Lino Ferreira terão este ano um Natal com menos gente em casa
Carlos Palheira e Lino Ferreira terão este ano um Natal com menos gente em casa

2020 vai ser um ano inesquecível. Ninguém em qualquer parte do mundo vai conseguir apagar as imagens chocantes do número de mortes por SARS-CoV-2, falta de camas nos internamentos e cuidados intensivos ou ter de decidir quem vive e quem morre, por inexistência de ventiladores em número suficiente, como nos foi relatado em Itália.

Em Portugal, a pandemia de Covid- 19 apareceu em Março. Nos cerca de 300 dias que vivemos uma nova realidade, com confinamentos obrigatórios e restrições a pensar na saúde pública, a população está carente de afecto, sobretudo de poder abraçar os que lhe são mais próximos.

O Natal é uma época de convívio. Independentemente de se ser católico ou não, é rara a família que não assinala a quadra numa reunião com aqueles de quem mais gosta. É, para muitos, a oportunidade de reencontros, pelo menos, uma vez por ano. Este Natal será diferente para muitas famílias.

Os jantares com 20 ou mais pessoas vão ser suspensos para que todos se possam reunir de novo no próximo ano, esperando que o coronavírus já não seja um problema. A preocupação em proteger, sobretudo, os mais velhos, que estão entre os grupos de risco da Covid-19, obrigou as famílias a reinventarem-se e a ter um Natal mais triste.

Em casa de Frederico Brazão Ferreira, administrador da Lubrigaz, o Natal é motivo para reunir mais de 20 pessoas. “São cinco filhos, todos casados, mais 14 netos, eu e a minha mulher. Além destes, convidamos para a nossa casa mais pessoas”, conta o empresário. A família tem vindo a crescer e os netos já trazem os namorados. “A reunião é grande.”

Este ano tudo será diferente. “Vai custar-nos e será mais triste.” A casa ficará mais vazia na noite da Consoada, que será partilhada, apenas, pelo casal – junto há 61 anos - e uma cunhada, que está na família desde 1950. “Vamos escalonar nos dias anteriores e posteriores um pequeno encontro. Os filhos e netos vão passar aqui por casa para um ‘abraço’ virtual, sem tirar a máscara. Não deixa de ter a importância de nos podermos ver, mesmo por pouco tempo”, assume. Nos seus quase 90 anos, Frederico Brazão Ferreira brinca: “Vamos ter vários natais dentro do Natal”.

Apesar de não ser a Consoada que gostaria de ter, o empresário sublinha que é necessário “ter muito respeito por tudo o que se está a passar e assumir a responsabilidade individual”.

No jantar do dia 25, aos três ir-se-á juntar uma das filhas. “Seremos cinco, mas haverá distanciamento e uso de máscara fora da refeiç

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