Viver

Com Amor, Medo. Um filme, uma banda e o palco por quem tem de o conquistar

12 jan 2024 13:00

O novo documentário do Casota Collective (de Leiria) acompanha a digressão dos 5ª Punkada (colectivo da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra) através de quatro países. É exibido amanhã em Leiria, antes do concerto

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Jorge Maleiro (guitarra) e Miguel Duarte (bateria), dois dos músicos dos 5ª Punkada
Telmo Soares

Antes de os 5ª Punkada irem a palco no próximo sábado, no Teatro José Lúcio da Silva, na abertura do festival Clap Your Hands, o público vai assistir à estreia em Leiria do documentário Com Amor, Medo, que acompanha a banda na digressão de 2023 através da República Checa, Hungria, Eslovénia e Luxemburgo.

Exibido pela primeira vez no mês de Dezembro, em Coimbra, no Convento de São Francisco, o filme assinado pelo Casota Colective questiona directamente a relação entre arte, entretenimento e participação. Procura, antes de tudo o resto, “perceber o que é ser um artista com deficiência”, explica o realizador Telmo Soares. “Os obstáculos e as dificuldades” sentidas por quem anda na estrada, que são, ainda, quase intransponíveis.

Com 30 anos de carreira, os 5ª Punkada sabem, provavelmente melhor do que ninguém, o que é encontrar caminhos que parecem ruas sem saída. Fátima Pinto, Jorge Maleiro, Miguel Duarte e Fausto Sousa (o único que está no grupo desde a fundação) são utentes da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, preparam o segundo disco, cujo single de avanço é “Diante de Mim”, já têm um álbum editado pela Omnichord – Somos Punks ou Não?, de 2021, com produção de Rui Gaspar – e somam presenças em festivais como o Paredes de Coura, o MIL e o Bons Sons. No entanto, nem todas as noites são de triunfo – já houve espectáculos cancelados por falta de condições de acessibilidade nos equipamentos culturais – e mesmo algumas vitórias requerem compromisso e imaginação, como no estádio de Coimbra, no momento para a história com os Coldplay, com quem cantaram “Metade de Mim” perante 50 mil pessoas, o que obrigou a uma solução de recurso para Fátima Pinto e Fausto Sousa (ambos em cadeira de rodas) poderem subir ao palco.

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