Sociedade

Caldas da Rainha lança medidas para valorizar a floresta autóctone e combater a alteração climática

13 out 2025 10:56

Cidade e concelho vão receber zonas de ensombramento e repor alamedas arbóreas

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Autarquia pretende usar sementes provenientes da Mata Municipal no concelho
Fotografia: JSD

Substituir árvores de risco e controlar plantas invasoras, plantar sobreiros e carvalhos, criar de zonas de ensombramento para a redução de ilhas de calor e restaurar as alamedas arbóreas, são algumas das medidas avançadas pelo município de Caldas da Rainha para promover uma arborização mais bem adaptada às alterações climáticas.

No plano anunciado pela autarquia em comunicado prevê-se também a substituição de espécies com elevadas necessidades de rega, como relvados e plantas vivazes, por arbustos nativos mais tolerantes à seca, e a troca de árvores que representam perigo para pessoas e bens por espécies mais resistentes ao calor extremo, ventos fortes e inundações.

Estas medidas integram o Bolotas Mestras, iniciativa proposta pelo Gabinete de Ambiente, Espaços Verdes e Paisagem Natural (GAEVPN), que visa valorizar as espécies da floresta autóctone presentes na Mata Nacional das Mestras.

As sementes recolhidas serão germinadas em viveiros e as plantas resultantes usadas em ações de reflorestação e arborização por todo o território concelhio.

A Mata das Mestras ocupa 84 hectares e é composta maioritariamente por sobreiros (70%), além de pinheiros-bravos, pinheiros-mansos e carvalhos.

Segundo o Plano Municipal de Acção Climática (PMAC), a mata é responsável pela captura de até 131 toneladas de carbono orgânico por hectare e é considerada uma das zonas mais vulneráveis do concelho aos efeitos das alterações climáticas, devido à escassez de água e ao aumento do risco de incêndios.

Anualmente será realizada uma recolha de bolotas na Mata das Mestras, por ocasião do Dia Nacional da Floresta Autóctone (23 de Novembro), envolvendo a população em iniciativas de sensibilização ambiental.

O Bolotas Mestras nasce do diagnóstico realizado no âmbito do Inventário do Arvoredo Urbano, que mapeou mais de 22 mil árvores nos espaços verdes municipais. Mais de metade desses exemplares têm mais de 20 anos, o que, segundo a autarquia, demonstra a importância de garantir uma renovação contínua e equilibrada do arvoredo urbano, com árvores de diferentes idades e dimensões.

As quatro associações ambientais locais — Associação PATO, Ágora – Associação Ambiental, Biogleba e GEOTA — também estão envolvidas.