Desporto

Brisas do Lis Night Run: “As quartas-feiras vão voltar a ser o que eram”

23 mar 2022 15:12

Organização faz balanço dos 9 anos da iniciativa, desvenda os segredos do seu sucesso e anuncia novidades para o aguardado regresso às ruas de Leiria

Patrícia Carreira Gonçalves

As Brisas do Lis Night Run vão regressar às ruas de Leiria e celebrar o 9.º aniversário no dia 6 de Abril.

“As quartas-feiras vão voltar a ser o que eram”, anuncia a organização, que teve de suspender a iniciativa durante dois anos por causa da pandemia da Covid-19 depois de 361 edições que envolveram mais de 162 mil participantes e mais de um milhão de quilómetros.

“Quase três vezes a distância da Terra à Lua”, atira a organização que anuncia o regresso num comunicado enviado esta tarde às redacções onde considera estarem “reunidas as condições para, de forma consciente, regressar às ruas”.

Porém, antes de calçar as sapatilhas e sair a correr, anote as duas alterações a ter em conta: "a pedido de muitos", a hora de início passa a ser mais cedo, às 20:30 horas, e além do equipamento normal é necessário levar máscara.

Como sempre, a participação é gratuita e a concentração começa meia hora antes da partida, na Praça Rodrigues Lobo, no centro histórico de Leiria.

Nove anos de sucesso 

"A iniciativa ser a uma quarta-feira à noite, fora de horas, como provocação de que se as pessoas quiserem é possível" e "a partida ser na sala de visita da cidade, a Praça Rodrigues Lobo" são dois dos principais factores que podem justificar o sucesso das Brisas do Lis Night Run.

Ao fim de nove anos com edições, tanto em noites agradáveis de Primavera, como em corridas "regadas" pelos temporais de Inverno, a iniciativa atrai largas dezenas de participantes e continua a cativar a organização composta de voluntários.

Num balanço do percurso que só foi interrompido pelas exigências da contenção da pandemia, o presidente do Núcleo de Espeleologia de Leiria (NEL) e responsável pela organização das Brisas destaca o facto de ser uma "iniciativa integralmente suportada em voluntariado", "a capacidade de rejuvenescimento das equipas" e "o facto de ter zero incidentes" numa acção que tenta não ter impacto "no normal funcionamento da cidade". 

Além disso, "como efeitos colaterais", conta Luís Barreiro, entre risos, foi possível "descomplexar as pessoas para aparecerem de fato de treino e fazerem desporto na cidade", "criar uma dinâmica de progressão pessoal sem competição", "permitir que explorassem a cidade em grupo" e até "dinamizar edições especiais integradas com instituições e a apoiar causas".

O programa deste regresso tão esperado ainda não está fechado até porque, como explica o responsável, "foi decidido ontem" e "a equipa está tão contente e entusiasmada por voltar, que o formato não é o mais importante". 

A história desta iniciativa, que transformou as noites de quarta-feira em Leiria, começou a 3 de Abril de 2013, numa acção promovida pela secção Pédatleta do NEL.

“O espírito das Brisas assenta em criar condições para que os participantes se divirtam a percorrer a 'nossa' cidade a caminhar ou correr”, explica a organização, que quer que “a prática desportiva seja realizada em grupo e num ritmo adequado à condição física”.

Dos bebés aos "experientes de 80 anos", a proposta para percorrer a cidade é abrangente a todos seja em carrinho de bebé, a caminhar ou a correr.

Os balões de diferentes cores ou os coletes reflectores distinguem os grupos: os "rodinhas", que se destina a atletas com mobilidade reduzida com cadeira de rodas ou cadeiras de bebé (rosa); a caminhada de cerca de cinco quilómetros (amarelo e azul); a corrida rápida de 12 quilómetros (balão verde); e a corrida intermédia de nove quilómetros (balão roxo) e da "minha primeira corrida" de sete quilómetros (vermelho).

“Temos noção de que o fenómeno das corridas nocturnas de Leiria, foi replicado noutras cidades - Marinha Grande, Nazaré, Caldas da Rainha, Torres Vedras, etc. - e este contágio deixa-nos francamente felizes!”, resume a organização.