Economia

Brexit representa risco médio alto para a indústria de Leiria

14 jan 2019 00:00

Recessão no Reino Unido, o quarto maior cliente do distrito, traz incerteza e potencial de contágio para as empresas.

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Na óptica da indústria, os 10 concelhos que formam a Região de Leiria apresentam um risco médio alto de exposição aos efeitos do Brexit, ou seja, estão num terceiro nível de ameaça, menos expostos do que regiões com risco elevado e muito elevado, mas mais expostos do que regiões com risco médio, de acordo com um estudo da CIP – Confederação Empresarial de Portugal.

Em 2017, o Reino Unido foi o quarto cliente além fronteiras dos bens com origem no distrito de Leiria, comprando 122,4 milhões de euros, ou seja, 5,6% do valor total exportado.

"Brexit: empresários de Leiria já estão à procura de mercados alternativos"

O Governo português pretende divulgar ainda em Janeiro o plano de contingência para o cenário de um Brexit sem acordo e está também a preparar o dia seguinte a uma saída ordenada – em qualquer caso, com a lógica de prolongar, nos primeiros meses, o estado actual da circulação de pessoas, transportes e serviços financeiros básicos.

Quem já fez as contas ao impacto do divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia foi a CIP: no horizonte do período de transição, fruto da contracção prevista para a economia britânica, o relatório admite um recuo das exportações portuguesas para o Reino Unido entre -1,1% e -4,5%, dos fluxos de investimento directo estrangeiro em Portugal com origem no Reino Unido entre -0,5% e -1,9% e das remessas de emigrantes enviadas do Reino Unido para Portugal entre -0,8% e -3,2%.

Mas, a médio e longo prazo, a alteração do quadro de relacionamento entre o Reino Unido e a União Europeia “encerra um risco forte” para as exportações portuguesas de bens e serviços, “que pode resultar em reduções potenciais das exportações globais entre 15% e 26%”, dependendo do que vier a ser estabelecido, lê-se no documento sobre as consequências do Brexit para a economia e para as empresas portuguesas, elaborado com a consultoria e assistência técnica da Ernst & Young e da Augusto Mateus & Associados.

As muitas incógnitas no caminho – desde a aprovação do acordo pelo parlamento britânico, que continua pendente, até à natureza do mesmo e eventual repetição do referendo – dificultam as projecções e fertilizam a incerteza.

Quanto à factura, “o Brexit é e será sempre um jogo de soma zero”, considera o economista Augusto Mateus, citado na apresentação do estudo da CIP, em Setembro. Todos perdem, resta saber quanto.

A desvalorização da libra esterlina, provocada pela vitória do “sim” em 2016, é o primeiro sintoma da constipação que os analistas antecipam, com contágio inevitável de outros países, incluindo Portugal. É certo que o Brexit vai mexer com o mercado de capitais e com os fluxos financeiros e implica custos a suportar pela economia. Nomeadamente, os que estão relacionados com fronteiras e barreiras adminis

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