Desporto

Amigos, colegas, parceiros, confidentes e, por um dia, rivais

7 abr 2016 00:00

David Gonçalves treina o Sporting Marinhense e foi atleta de Nuno Lopes durante uma década. Nuno Lopes foi treinador do Sporting Marinhense e agora lidera o Sporting. São colegas de trabalho e amigos. A Taça de Portugal vai colocá-los em confronto.

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Este sábado, pelas 18 horas, a Marinha Grande vai vestir-se de gala para voltar a assistir a hóquei em patins de alto gabarito. Parece que foi ontem, mas já passaram duas décadas desde os tempos em que o Sporting Marinhense espalhava classe na 1.ª Divisão.

Dessa equipa, e da banda Estado Sónico, fazia parte Nuno Lopes que, curiosamente, visita agora o pavilhão da Embra na condição de treinador do clube que ama, o Sporting.

O sorteio da Taça de Portugal é sempre muito caprichoso. De tal forma que carregou de uma “enorme” carga emocional este jogo dos oitavos-de-final da prova que será, acima de tudo, “uma grande festa”.

Os tempos são de esperança. O Sporting Marinhense está perto, muito perto de garantir a subida à 2.ª Divisão da modalidade. Um dos principais responsáveis é David Gonçalves, de 30 anos, que acumula as funções técnicas com as de jogador.

Mas Esteves, como é conhecido no meio não é, obviamente, profissional. Ele trabalha numa empresa de fresagem cujo administrador é… Nuno Lopes, de 44 anos, que apesar da canseira das viagens diárias para os treinos e jogos dos leões nunca deixou de residir na Marinha Grande e nunca largou o emprego.

No entanto, o que une David e Nuno é mais, muito mais do que o hóquei em patins ou os moldes. Eles são amigalhaços do peito, daqueles que vão até ao fim do mundo um pelo outro, numa relação que começou quando o então treinador do Alcobacense apostou num talentoso júnior oriundo de Valado dos Frades.

“Foi o primeiro jogador com quem tive uma relação especial”, admite Nuno Lopes. Entre a equipa de Alcobaça, o Sporting Marinhense e o Sporting de Tomar, o primeiro foi atleta do segundo durante uma década. Depois, decidiu seguir outro caminho e regressou ao clube onde se tinham encontrado mas, admite, arrependeu-se.

A ligação continuou fora dos rinques, cheia de histórias e peripécias. De tal forma que David Gonçalves deve a Nuno Lopes não ter ficado sem um rim, num episódio rocambolesco que se passou na sala de operações de um hospital e que teve um final feliz.

“Era bastante rebelde e o Nuno encaminhou-me várias vezes. Fui ouvindo os seus conselhos, que sempre tomei como bons, e posso dizer que não estou arrependido”, admite o treinador do Sporting Marinhense.

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