Viver

Ahoy marujos, o Capitão diz que é para partir tudo

14 dez 2017 00:00

Dois anos, sete embarcações. Há um pirata que ilumina o movimento underground em Leiria, com concertos, artes e um espírito sem limites.

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Faz agora dois anos. Deu à costa sem aviso, provavelmente em noite escura de nevoeiro, para erguer o farol que ilumina os marujos da contracultura em Leiria. Chamam-lhe Capitão e é dele o espírito pirata que actualmente abençoa boa parte do movimento underground na cidade. Em dois anos sete tormentas, sete embarcações a lançar âncora no Texas Bar – e a auto-proclamar um novo território de liberdade rock n roll onde a música se mistura com as artes plásticas e as artes visuais no mais genuíno traço do it yourself. Independente, rebelde, sem limites, caveira cachimbo e barbas paranormais, garrafa de rum e voz de tempestade, a cantar poesia tatuada a piercings, o Capitão já convocou bandas como The Parkinsons, The Zanibar Aliens, Killimanjaro, The Cavemen, Stone Dead, Serushiô, Dapunksportif, The Quartet of Woah, Brenna, Cows Caos, Fast Eddie Nelson e Rapaz Improvisado, de outro Portugal e do estrangeiro, além dos muito cá da terra Twin Transistors, mARCIANO, Horse Head Cutters, Rodrigo Cavalheiro, André Castela, António Cova, A Last Day On Earth e Country Playground. Para João Rino, um dos argumentistas do circo de almas que dá vida ao Capitão, com Frederico Clemente, João Lopez e João Lisboa (Johnny Lee), há a destacar "a capacidade que ao longo destes dois anos o projecto teve de apresentar artistas que depois se vieram a revelar, quer no panorama regional quer no panorama nacional, como referência". Por exemplo, Stone Dead e Killimanjaro, que agora estão com a Antena 3 num cartaz dedicado aos 40 anos do punk. Mas também Serushiô, que vão ao próximo Eurosonic, na Holanda. À volta dos amplificadores e dos feedbacks, o Capitão tem conjurado um mercado negro por onde já passou o talento de Lisa Teles, Carolina Sepúlveda, Elsa Poderosa, Sal Nunkachov e Frio, entre outros nomes locais da ilustração, da fotografia e das fanzines. Ou seja, um retrato orgânico do que emerge em Leiria no mar agitado da criatividade urbana. "Tentamos sempre junto dos artistas desafiá-los. E acho que temos conseguido com sucesso", afirma João Rino, que dá o caso dos Obaa Sima, isto é, Luís Jerónimo e Hugo Domingues, dos Nice Weather For Ducks, que se reuniram ao vivo numa exploração electrónica de máquinas e sintetizadores, pela primeira vez, no jantar do Capitão do Festival A Porta, no último dia do passado mês de Maio.

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