Opinião

A Teoria da Conspiração

7 abr 2016 00:00

No meio da euforia inicial, de que não ficaria pedra-sobre-pedra e que o Mundo, depois deste escândalo, nunca mais seria o mesmo, lá começaram a aparecer os defensores da comparação: que este caso era para esconder os outros.

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Nada acontece por acaso. Toda a parcela faz parte de um todo. E onde há fumo, há fogo.

Não é de agora, mas agora também o está a ser. É uma variante do nunca ninguém está satisfeito com nada. Ou, mais simples ainda, é areia atirada para os olhos.

Esta semana acordou com uma mega investigação jornalística, à escala mundial, sobre uma parcela ínfima do universo das offshores. Dos escritórios de uma Mossack Fonseca, empresa sedeada no Panamá, choveram milhões de documentos que revelam que alguns dos dirigentes do Mundo, alguns políticos, empresários e artistas, escondem ali, naquele paraíso fiscal, dinheiro que não querem declarar.

No meio da euforia inicial, de que não ficaria pedra-sobre-pedra e que o Mundo, depois deste escândalo, nunca mais seria o mesmo, lá começaram a aparecer os defensores da comparação: que este caso era para esconder os outros. Parece que há poucos americanos neste escândalo. Parece que até há poucos portugueses e nenhum deles é do Expresso e da TVI, os dois canais portugueses que fazem parte do consórcio de jornalistas. Não interessa o conteúdo da mensagem. Dizem que é curta. Só estes? Nunca chega. São os mesmos que se indignam por se ajudar os refugiados quando temos tantos necessitados na nossa terra. São os mesmos que se indignam, mas não fazem nada.

*Cineasta

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