Sociedade

Politécnico de Leiria contribui para fixar jovens na região

11 abr 2019 00:00

Empresários reconhecem valor das escolas do ensino superior

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O estudo O impacto económico dos institutos superiores politécnicos em Portugal, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, demonstrou que cada euro de investimento público nos institutos superiores politécnicos é transformado por estas instituições em, pelo menos, dois euros de actividade económica.

Apesar do estudo ter feito uma abordagem pelo lado da procura, focando-se nos impactos de curto prazo e nos efeitos das despesas de aquisição de bens e serviços das instituições de ensino superior, o JORNAL DE LEIRIA foi perceber que outro tipo de impactos tem a presença do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) na região, nomeadamente ao nível da qualificação dos recursos humanos, dos efeitos da investigação e desenvolvimento, da transferência de tecnologia e da capacidade de atracção de novas empresas.

A actividade económica gerada pelo IPLeiria é de 129 milhões de euros, que se traduz num peso de 4,16% no Produto Interno Bruto da região.

Os empresários da região consideram, por isso, que as cinco escolas do IPLeiria contribuem para a fixação de jovens e melhoram a qualificação da mão-de-obra das empresas dos diferentes sectores.

“O facto do Politécnico estar aqui na região tem uma acção duplamente facilitadora: os jovens da região não precisam de sair para estudar, tendo a possibilidade de arranjar emprego na sua área de residência. Não podemos esquecer que esta é uma região de forte empregabilidade; as empresas beneficiam da mão-de-obra qualificada”, realça João Faustino, presidente da Cefamol - Associação Nacional da Indústria de Moldes.

Segundo o empresário, a indústria reconhece a qualidade da formação praticada no IPLeiria. “Se assim não fosse não estariam constantemente a solicitar alunos para os seus quadros.

Além disso, no projecto IPL Indústria, as empresas pagam bolsas aos alunos, mesmo sem saber se vão fazer parte dos seus quadros”, constata, ao considerar que esta é uma prova de que os empresários confiam na qualificação ministrada do IPLeiria.

João Faustino acrescenta que quando oIPL Indústria foi criado, numa parceria com a Nerlei – Associação Empresarial de Leiria, a Cefamol e o IPLeiria, envolveu apenas cinco empresas. “Este ano lectivo entregámos 41 bolsas suportadas por 33 empresas.”

Considerando que “há um conjunto de mais-valias” no IPLeiria, nomeadamente com a licenciatura em determinados cursos que não existem noutros lados, o presidente da Cefamol entende que a vinda de estudantes de fora é “dinamizador da economia da região”.

E destaca ainda a relação próxima que existe entre o tecido empresarial e a instituição de ensino superior, exemplificando com o caso da engenharia mecânica, onde as solicitações das empresas são maiores que a oferta de estudantes que o IPLeiria consegue formar.

“Não nos surpreendem estes dados. Há muito que a Nerlei sabe e reconhece que o Politécnico de Leiria contribuiu, e continua a contribuir, para o crescimento e desenvolvimento económico da região de Leiria. Este estudo, é importante na medida em que quantifica impactos e permite dar a conhecer os mesmos à comunidade envolvente”, sublinha António Poças, presidente da Nerlei.

O empresário também sublinha a importância da instituição na “formação de mão de-obra qualificada, na atracção de jovens, que muitas vezes acabam por ficar na região, rejuvenescendo a população, e na dinamização de várias actividades económicas por via da presença de estudantes, nomeadamente serviços e comércio”. Uma das áreas onde o IPLeiria se destaca é na investigação e cursos direccionados para o mercado de trabalho.

António Poças considera que o tecido empresarial é um dos principais beneficiados. “Ao nível da qualificação, ganha pela maior proximidade e disponibilidade de mão-de-obra qualificada”, até porque, refere, existe uma preocupação constante da instituição em “adequar essa qualificação às reais necessidades do tecido empresarial”.

Ao nível da investigação, “os ganhos poderiam ser muito maiores e melhores” se os Politécnicos já pudessem conferir doutoramentos, medida que foi autorizada há cerca de um ano. “Contudo, os efeitos ainda não se sentem e consideramos que este primeiro passo deverá ser complementado com medidas objectivas de fomento e facilitação da actividade científica desenvolvida em cooperação com o tecido empresarial.”

O presidente do IPLeiria, Rui Pedrosa, concorda que estas instituições são “cada vez mais determinantes no desenvolvimento das regiões, assumindo em pleno a sua função, na formação, inovação, partilha e valorização do conhecimento, e na internacionalização das regiões”.

Nesse sentido, António Poças refere que o facto do IPLeiria “captar estudantes estrangeiros” contribui para que alguns se fixem e se integrem “no mercado de trabalho, colmatando alguma da escassez de mão-de-obra que as empresas já enfrentam”.

Além disso, a internacionalização de alunos “possibilita intercâmbios com diversas instituições congéneres em países estrangeiros, com a consequente partilha de conhecimento”, acrescenta o presidente da Nerlei, exemplificando com o projectoD2IN - Double Degrees para a Investigação, Inovação e Internacionalização das Indústrias da Região de Leiria que a Nerlei tem promovido com o IPLeiria.

Esta iniciativa tem como objectivo “contribuir para a melhoria de importantes factores de contexto relacionados com a internacionalização das empresas do Centro, particularmente na região de Leiria e Oeste, através da formação pós-graduada em contexto internacional - prep

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