Sociedade
Incêndios: Câmara de Pedrógão Grande exige mais vigilância e investigação
Duas casas de madeira ficaram destruídas, numa das quais morava uma mulher e três crianças, e ainda um anexo de arrumos

O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, António Lopes, exigiu hoje mais vigilância e investigação, na sequência dos incêndios que atingiram no sábado o concelho, que este ano registou 18 ignições.
“Desde Janeiro a esta parte, ocorreram 18 ignições, sendo que algumas delas foram entre as 04:00 e as 04:30”, afirmou António Lopes à agência Lusa, expressando a maior preocupação face a estes dados.
No sábado, deflagraram dois incêndios neste concelho do distrito de Leiria (um na freguesia de Pedrógão Grande às 14:27 horas e outro às 15:21 horas na freguesia da Graça), obrigando à retirada de pessoas de cinco aldeias por precaução e ao corte de várias estradas, incluindo nacionais.
Segundo o Comando Sub-regional de Emergência e Protecção Civil da Região de Leiria, os fogos passaram a ser geridos como ocorrência única e o incêndio entrou em resolução às 3:40 horas de domingo.
António Lopes elogiou o dispositivo aplicado neste incêndio, realçando a sua quantidade e eficiência, mas assumiu “muita preocupação” perante a possibilidade de se repetir.
“Isto implica que deve haver no terreno uma maior vigilância, devem ser alocados meios do Exército” para Pedrógão Grande e concelhos limítrofes, pois “não é normal ocorrerem tantas ignições e, sobretudo, estas de sábado”, adiantou o autarca.
Suspeitando de mão criminosa nestes fogos, o presidente do município pede também um reforço da investigação.
“O Verão ainda não acabou, vamos até Outubro, vamos até novembro eventualmente e não estamos seguros”, pelo que “as autoridades devem aumentar a sua investigação, os seus níveis de investigação, porque não é normal que isto aconteça”, insistiu António Lopes.
Num balanço, ainda que provisório, dos prejuízos destes incêndios, o presidente da Câmara disse que duas casas de madeira ficaram destruídas, numa das quais morava uma mulher e três crianças, e ainda um anexo de arrumos.
Trata-se de casas colocadas em reboques, que mudam com frequência de local, referiu o autarca, esclarecendo que quanto à segunda casa está a ser apurada a sua propriedade.
No caso da família, os serviços da Acção Social e da Segurança Social estão a acompanhar, estando assegurados alimentação e bens, e o município vai disponibilizar uma habitação.
Em Junho de 2017, os incêndios que deflagraram em Pedrógão Grande e alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
Em Outubro do mesmo ano, incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.