Sociedade

Amigo presta homenagem a Carlos Vieira a exigir memorial em bronze

25 jan 2021 16:01

Carlos Palanca percorreu esta manhã a ciclovia na Av. Heróis de Angola

Carlos Palanca homenageou Carlos Vieira na ciclovia que terá o seu nome
Carlos Palanca homenageou Carlos Vieira na ciclovia que terá o seu nome
Ricardo Graça
Carlos Palanca homenageou Carlos Vieira na ciclovia que terá o seu nome
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Ricardo Graça
Carlos Palanca homenageou Carlos Vieira na ciclovia que terá o seu nome
Carlos Palanca homenageou Carlos Vieira na ciclovia que terá o seu nome
Ricardo Graça

Carlos Palanca esteve esta amanhã na Av. Heróis de Angola, em Leiria, a lembrar o falecido Carlos Vieira. Na ciclovia que terá o nome do bombeiro-ciclista, o amigo entendeu que deveria prestar uma homenagem correndo e rezando o terço naquele troço.

"Exijo uma homenagem póstuma por parte da Câmara de Leiria, já que não o fez em vida, e um memorial em bronze", refere Carlos Palanca, ao lembrar que nas muitas viagens e competições em que participou de bicicleta, Carlos Vieiria "levou Leiria pelo Mundo".

A viver em Angola, Carlos Palanca afirma que a sua ligação a Carlos Vieira é longa. "Em 2014 foi o 'porta-estandarte' do meu livro Angola no coração, Angola em poesia, que apresentei em algumas livrarias. Ele é um guerreiro e um combatente que sempre levou o nome de Leiria a todo o mundo."

Assim que veio a Leiria, Carlos Palanca não deixou de homenagear o amigo: "Fizesse chuva, vento ou sol. Tinha de o fazer. Percorri os 21 quilómetros da ciclovia, em cerca de duas horas, rezando em cada passagem. Sou um homem de fé e sei que o Carlos está sempre connosco", salienta ao JORNAL DE LEIRIA.

Carlos Palanca sublinha que esta homenagem não é um ataque à Câmara de Leiria, mas tem como objectivo alertar para a importância do Município colocar uma placa com o nome de Carlos Vieira na ciclovia e de lhe prestar a "homenagem que merece e que nunca teve".

"A Câmara de Leiria deve entregar as chaves da cidade à família Vieira, por tudo aquilo que o Carlos fez por Leiria e criar um memorial", acrescenta. 

Segundo Carlos Palanca, uma das mágoas de Carlos Vieira foi não ter o reconhecimento da autarquia, já que "transportava a cidade pelo mundo", tendo o seu nome no Guinness Book of Records.

O amigo recorda o malogrado ciclista como um homem "exemplar", "com espírito de guerreiro" e de "entre-ajuda", quer no desporto quer como bombeiro.

"É um dos grandes nomes de Leiria e a autarquia deve-lhe esse reconhecimento."

O bombeiro-ciclista recordista do mundo em resistência sobre bicicleta morreu nno dia 15 de Dezembro no hospital de Leiria, onde foi hospitalizado após um diagnóstico positivo para a Covid-19.

Carlos Vieira ganhou fama em 1983, ao bater o recorde do mundo de resistência em bicicleta: durante 191 horas pedalou sem parar, perfazendo quase três mil quilómetros no antigo Estádio Municipal de Leiria.

Às quatro da manhã do dia 16 de Junho, Carlos Vieira gravou a letras de ouro o seu nome no Guinness Book of Records. “Foram três anos a preparar-me. Dormia em casa, fazia 24 horas nos bombeiros e ia para o estádio fazer dois dias seguidos de bicicleta. Voltava a trabalhar nos bombeiros e só depois é que ia para a cama”, recordou há sete anos Carlos Vieira ao JORNAL DE LEIRIA.

Em 1990 Carlos Vieira fixou novo recorde do Guinness de resistência em bicicleta, mas sobre rolos, marca realizada em New Jersey, nos Estados Unidos da América.

Novamente em Leiria, em 2014, pedalou 15 horas e 14 minutos sobre rolos em cima de um carro de bombeiros e, em 2018, garantiu novo recorde, guiando a bicicleta durante oito horas apenas com uma mão. Enquanto ciclista de estrada, competiu por vários clubes, tendo representado ao longo da carreira o FC Alverca, Sporting Clube de Portugal, Flores do Lis, GD Cela, Bairro dos Anjos, Núcleo Sportinguista de Leiria, Casa do Benfica de Leiria e União de Ciclismo de Leiria, alcançando vários pódios.

Estes foram apenas alguns dos muitos grandes feitos de Carlos Vieira.

Católico assumido e com uma fé inabalável, outros momentos altos da sua vida foram os encontros com os papas João Paulo II e Francisco, no Vaticano.