Entrevista
Paulo Vicente: “A actual situação da rodoviária é uma vergonha”
20 nov 2025 09:13
O recém-eleito presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande sublinha que “este executivo tem uma visão diferente: ouvir, dialogar e descomplicar”
Que diferenças observa entre a câmara que deixou e aquela que encontra agora em 2025?
É absolutamente incomparável. Quando entrei para a Câmara em 2009, era o executivo liderado pela CDU, pelo professor Alberto Cascalho, encontrámos uma autarquia organizada, com hierarquia funcional e processos claros. Antes da tomada de posse, reunimos com o presidente cessante, numa atitude exemplar de transparência e respeito democrático. Foram-nos transmitidos os assuntos pendentes, entregues as pastas e disponibilizado um gabinete interno para preparar a transição. No dia seguinte à tomada de posse, estávamos prontos para trabalhar. Em 2025, infelizmente, vivemos o oposto. Apesar de o termos solicitado, não nos foi disponibilizado um gabinete na câmara onde pudéssemos organizar a transição. Esta recusa do presidente cessante é reveladora de uma falta de cultura democrática e de respeito institucional que não dignifica quem exerce funções públicas. Perante esta situação, tivemos de recorrer à Escola Profissional e Artística da Marinha Grande, que nos cedeu um gabinete, onde, com alguns trabalhadores, conseguimos tomar medidas mínimas para iniciar funções. Ainda estamos a tentar compreender como as coisas funcionavam — e a verdade é que estavam a funcionar mal - prova disso são as centenas de pendentes que encontrámos e aos quais teremos de dar resposta, porque as pessoas nos merecem essa consideração. Do meu último mandato até ao presente encontrei uma organização profundamente debilitada, fruto de escolhas que foram feitas sem ter em consideração princípios básicos da gestão e administração pública local: temos trabalhadores cansados e desmotivados, alguns a trabalhar em condições indignas, e que nos falam agora “olhos nos olhos” querendo ser ouvidos como não foram no mandato anterior. Esta realidade não nos desanima. Pelo contrário: reforça a nossa determinação em mudar. Este executivo está focado
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