Opinião

Rodrigues Lobo, pastor da Palavra

16 dez 2023 10:28

Não é apenas mais um livro sobre o Poeta maior de Leiria. É um fantástico testemunho sobre a obra de Rodrigues Lobo

“Rústicos filósofos e avisados pastores: no 4.º centenário da morte de Rodrigues Lobo” é o título do livro que apresenta as comunicações que foram dadas as conhecer no “Congresso Internacional 400 anos da morte de Francisco Rodrigues Lobo”, que teve lugar na cidade de Leiria em 2021.

Não é apenas mais um livro sobre o Poeta maior de Leiria. É um fantástico testemunho sobre a obra de Rodrigues Lobo, “um dos grandes nomes da literatura portuguesa”, como refere Carlos André no texto de apresentação deste livro.

Um naipe de distintos professores e investigadores permitem-nos, através das suas comunicações, publicadas no citado livro, conhecer a “retórica e hibridismo genológico em Corte na Aldeia”, viajar pela “paisagem afetiva e ficção no romance pastoril” para uma “ecologia poética do Lis e do Lena”, alcançar a “literatura como disfarce”, enlaçar o “pastor perfeito”, entender as “recepções, silêncios e desilusões” da “Corte na aldeia à Academia nos montes”, aprender com o discurso sobre a vida e “estylo dos pastores”, compreender a “doutrina, queixumes e cuidados sem fim” no seio do mundo pastoril, procurar Lereno e Liseia, descobrir a comunidade cristãnova de Leiria, libar a sua poesia, beber o “cânone literário” através das “leituras, apropriações e revisões historiográficas”, frontear o “problema das suas oitavas desgarradas” e ler “O Condestabre” com os “Lusíadas” no “coração”.

Tudo isto em 13 comunicações e numa única obra de 350 páginas sobre Francisco Rodrigues Lobo, Poeta que não deve ser “regionalizado”, mas divulgado nacional e internacionalmente, como defendeu o professor Cândido de Oliveira Martins durante a bela apresentação que fez, no passado dia 11 de dezembro, na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira.

A obra, edição da Câmara Municipal de Leiria, tem a distinta coordenação dos professores Carlos André, Cristina Nobre, Paulo Silva Pereira e Maria José Gamboa. “Ninguém pode escrever sobre Rodrigues Lobo sem, antes, consultar este livro”.