Editorial

Que vença o interesse público

23 set 2021 13:09

Após os resultados apurados no próximo domingo, adivinham-se mudanças na composição dos executivos municipais

As eleições autárquicas são mesmo assim. Há candidatos que decoram a lição e candidatos que são uma lição.

Os primeiros, debitam críticas e promessas em catadupa… porque sim.

Os segundos incentivam ao diálogo sobre decisões que podem ser determinantes para o futuro de um concelho, tentam denunciar os (maus) vícios dos poderes instalados, apresentam projectos concretos nas mais diversas áreas, procuram fortalecer o sentido comunitário.

O JORNAL DE LEIRIA encerrou esta semana o seu ciclo de debates com os candidatos às câmaras municipais de Alcobaça, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós.

Em parceria com o Região de Cister, com o jornal O Portomosense e a Rádio D. Fuas, promoveu a troca de ideias e prestou um serviço público.

Nestes frente-a-frente com aspirantes a um cargo nas nossas autarquias, ouviram-se discursos demagógicos, tiradas populistas, intervenções deslocadas no tempo e no lugar, mas também se discutiram ideias concretas que podem marcar a diferença nas comunidades.

Muito ficou por aprofundar, aclarar e perspectivar, mas de uma forma geral, ficou expressa a necessidade urgente de políticas efectivas para a fixação de população, de medidas para a criação de emprego qualificado, melhoria da qualidade de vida e do parque habitacional.

E tornou-se evidente que, além da força demonstrada por vários movimentos independentes que se apresentam a sufrágio na nossa região, há uma nova geração de políticos, com sentido cívico apurado, com convicções estruturadas e intenções bem fundamentadas.

Resta saber se o sentido de voto terá como base o carisma individual ou seguirá, como muitas vezes acontece, a tendência partidária.

Após os resultados apurados no próximo domingo, adivinham-se mudanças na composição dos executivos municipais.

Nas câmaras, nas juntas de freguesia, e nas respectivas assembleias.

Há equipas que vão sofrer apenas ajustes pontuais, mantendo o seu núcleo duro, e outras que vão mudar radicalmente. Umas e outras resultam apenas da vontade do eleitorado.

Do que vota e do que não se dá ao trabalho de votar.

O que se espera, em qualquer dos casos, é que vencedores e vencidos mantenham a elevação e o espírito colaborativo, fundamentos essenciais para fortalecer a democracia e alcançar verdadeiras metas de interesse público.