Opinião

Misericórdia de Leiria: Haja justiça

2 dez 2015 00:00

Sou desde 1988 o Irmão 697 da Santa Casa da Misericórdia de Leiria. Natural desta cidade, aqui resido praticamente há 85 anos. Servi largos anos no RAL 4, de que fui modesto Comandante, no período difícil do 25 de abril, por convite do MFA.

Fui Presidente Distrital da Cruz Vermelha e da sua Delegação de Leiria durante cerca de 8 anos e sócio fundador da Liga de Amigos do Hospital de Santo André e também ali dirigente voluntário, cerca de 9 anos, pelo que tenho vindo a acompanhar, com vivo interesse tudo o que se tem dito e escrito sobre as referidas Instituições, para as quais afinal, só desejamos os maiores êxitos nas respectivas e prestimosas missões de benemerência, sempre a favor dos mais pobres e necessitados.

Já numa das anteriores eleições do Dr. Fernando Lopes para a Misericórdia, perante o impasse e a indecisão do Sr. Bispo D. Serafim na homologação dos resultados eleitorais (resultante de um injustificado contencioso levantado pelo candidato de então, também Vice-Provedor, da outra lista vencida) vi-me forçado a intervir nos Jornais, com um esclarecimento completo da situação.

Pedi simultaneamente uma audiência ao Sr. Bispo e, munido de 2 Acórdãos do Tribunal da Relação e de um outro do Supremo Tribunal de Justiça, provei-lhe facilmente, que era ele próprio a quem competia, oficialmente, sancionar o referido ato eleitoral, justamente ganho pelo Dr. Fernando Lopes, com uma inequívoca lisura e transparência!

O Sr. D. Serafim agradeceu muito os documentos que, propositadamente levara para ele e…daí a uns 2 dias, os Jornais publicavam, finalmente, a aprovação dos resultados obtidos.

Mais uma vez agora me parece estarmos perante um outro contencioso, embora de natureza um pouco diferente, resultante da ambição desmedida do atual Vice Provedor (VP) o qual, sem ter sido, segundo parece, um verdadeiro e competente Vice, se tem atrevido a tentar mais altos voos, sem ter de facto asas para tal!

A Comunicação Social (CS) queixa-se frequentemente que o Dr. F. Lopes não se dispõe a responder-lhe às suas questões. Ele lá bem sabe porquê e porque deve ser reservado às vezes, para evitar conflitos maiores!...

Como na Misericórdia não há mistérios e secretismos, resolvi eu próprio vir a terreiro, para pôr mais uma vez os pontos nos is e comentar as mentiras e as meias verdades, que o Sr. VP tem propalado sem fundamento e de que os Jornais escritos têm feito eco, em boa verdade, sem o necessário contraditório e por isso sem, verdadeiramente, se aperceberem do manancial de oportunismo, que brota daquela cabeça; porque aquele indivíduo é dos tais que também pensam que as notícias falsas e as meias verdades, tantas vezes ditas e repetidas, num rápido se transformam em verdades!

O Sr. VP parece andar à procura de um “emprego” (se possível remunerado…) porém, pelos vistos, ter-se-á enganado no número da porta ao bater na Santa Casa, onde (como ele próprio defende) as admissões de pessoal devem fazer-se pela competência!... (intenção que não deixamos de apreciar e até de aplaudir!).

Ora, por enquanto a Misericórdia está bem servida, tem ocupado o lugar pretendido e os homens, como se sabe, nem se medem aos palmos…nem pelos anos que constam no BI – está ali a prova provada!

Apesar do Sr. VP estar no cargo há cerca de 12 anos…ele é praticamente um desconhecido na Casa, pois quase ninguém lhe encontra algo de útil, que lá se lhe deva! Apesar disso (ou melhor, por isso mesmo) lembrou-se de lançar uma campanha eleitoral à “moderna” e “dinâmica”, com a Comunicação Social atrás, mas com audiências tão fracas, como as imagens publicadas revelam, que até fazem lembrar o sermão de Santo António aos peixes!

Muitos dos mais velhos ainda se recordam do Primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo (Almirante) o tal que dizia “Não há medo! o povo é sereno!” e também aquela outra frase de revolta, no Verão quente de 1975 “Chateia-me, pronto! Não gosto de ser sequestrado”!

A mim, pessoalmente, também agora me chateia que me queiram impingir quer meias verdades quer, mesmo pior, as mentiras descaradas! Tenho que reagir!

Por isso, aqui estou, com alguma falta de síntese, é certo, para analisar a situação dentro da Misericórdia, esperando que os Senhores Jornalistas não se cansem depressa de tão logo arrazoado! Permitam-me, entretanto, que lhes peça para não fazerem cortes no conteúdo deste trabalho, para que, na medida do possível, seja publicado na íntegra até 3 de dezembro (quinta-feira).

A Santa Casa (pelo atual Provedor) não deixará de agradecer a boa colaboração mais uma vez esperada de todos os Jornais locais e regionais, na certeza da importância destes assuntos, tanto para as populações em geral, como para a Irmandade da Santa Casa e para a Igreja Católica, que a tutela.

QUEM É, AFINAL, O DR. FERNANDO LOPES?

É oriundo duma honrada e estimada família Lopes, pequenos proprietários e agricultores, que foram da freguesia do Arrabal. A avó materna era prima direita do ilustre pedagogo, Ministro da República e político republicano convicto, Prof. João Lopes Soares (pai do Dr. Mário Soares).

Os pais do F. Lopes, apesar da modéstia dos seus proventos, souberam dar aos filhos uma educação cristã, que eles bem aproveitaram.

O Fernando, depois de ter concluído o curso da antiga Escola Comercial, empregou-se a trabalhar aos 16 anos, no escritório dos Armazéns Esteves & Costa, no r/c onde hoje é a Zara. Estudando de noite, conseguiu a equivalência e, com muito trabalho, a conclusão do curso dos Liceus.

Estudioso e excepcionalmente trabalhador, deu nas vistas aos primos Brites Ribas (ela professora e ele juiz desembargador no Tribunal de Lourenço Marques) os quais insistiram e o estimularam a prosseguir os estudos universitários, tranquilizando-o, porque lhe emprestariam o dinheiro que precisasse para se manter em Coimbra, ficando acordado que o estudante lhes pagaria a dívida, depois de concluído o curso de Medicina.

E assim aconteceu; depois de Coimbra transitou para Lisboa, onde durante cerca de 5 anos se especializou em Cardiologia, abrindo ao mesmo tempo consultório em Caxias, onde residia com a esposa, professora, com uma família já numerosa de 3 filhos em idade escolar.

Foram então anos difíceis, já que as despesas eram grandes e, quer ao consultório quer à sua casa, acorriam geralmente doentes sem posses, a quem nem tinha coragem de cobrar a consulta (!) deslocando-se ainda muitas vezes às suas próprias e modestas barracas, gratuitamente. Foi então que se habituou a conhecer de perto a pobreza, ficando por isso para sempre desencorajado, em exorbitar nos seus honorários médicos.

Foi aí nesse contacto com a miséria, que caldeou o seu carácter de HOMEM generoso e altruísta, que a população se habituou a admirar!

Já em Leiria, para onde transitou, é sabido que o F. Lopes é o clínico especialista onde menos se paga numa consulta ou num exame! Isso só abona a favor da sua dignidade e filantropia, sem o prejudicar na sua reputação e competência.

Deste modo, como homem crente e de fé, sabe viver em paz com a sua consciência, sabe reflectir e orar à sua padroeira (a Sr.ª da Encarnação) quando tão frequentemente se desloca a pé, subindo até ao seu templo em Leiria. Sendo um devoto da Virgem Maria, sempre que vai a Fátima, é obrigatória a ida à Capelinha das Aparições, para ali depor uma vela de agradecimento, pela inspiração, que recebe diariamente, na realização das suas tarefas e decisões quotidianas.

Sabemos que ele não gosta que se lhe revele esta faceta da sua intimidade, mas os Irmãos da Misericórdia tem o direito de saber com quem podem contar na sua luta do dia-a-dia.

Desde há cerca de 50 anos, portanto, que tem exercido como médico em Leiria, inicialmente no antigo Hospital D. Manuel de Aguiar, ali tendo sido sempre o Director do Serviço de Cardiologia.

Desde o 25 de abril foi por unanimidade (votação entre médicos e enfermeiros) eleito o Diretor do Hospital. Posteriormente, venceu por mais 2 vezes as mesmas eleições.

Durante o célebre “Verão quente” de 1975 foi notável a sua acção ao conseguir dominar e vencer todas as fortes perturbações internas, resistindo sempre com êxito no PREC, não permitindo, corajosamente, que tanto o Rev. Padre Pires (então Mordomo da Misericórdia) e mais meia dúzia de freiras enfermeiras fossem corridos dos seus lugares, por serem, afinal, dos mais preciosos colaboradores de então.

Com tão tesa atitude revolucionária, desde essa época ainda ambos ficaram mais amigos e isso até deu origem à célebre anotação de “benfeitor” que o Padre Pires terá escrito a lápis na ficha do Dr. F. Lopes, de Irmão da Misericórdia. Terá sido este equívoco que, afinal, originou o tal primeiro contencioso atrás referido, onde quiseram, sem o conseguir, impugnar a vitória eleitoral de F. Lopes.

Após as tais eleições sempre vitoriosas, a Direção do Hospital passou a ser feita por nomeação da Ministra da Saúde (Dr.ª Leonor Beleza). Depois da transferência para o novo Hospital Distrital a designação do Diretor passou a ser feita por interferência partidária, sendo então, em consequência, nomeado o Dr. Carrilho Vilhena, militante local do PSD.

Como Diretor do Hospital D. Manuel de Aguiar e do Hospital Distrital de Leiria o Dr. F. Lopes criou:

  • Ambulância UMER (Unidade Médica de Emergência e Reanimação) pioneirismo importante, ainda que bastante criticado na época, mas que (por ironia do destino) a primeira vida que salvou foi a do próprio Dr. Carrilho, com o seu transporte para Coimbra, após o enfarte do miocárdio sofrido!

  • Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) com 8 camas;

  • Voluntariado e a Liga dos Amigos do Hospital, de cujos Corpos Sociais o signatário também foi fundador e dirigente vários anos.

Como Vereador da Câmara Municipal de Leiria (em acumulação de funções) criou:

  • Projeto das Cidades Saudáveis, à semelhança de outras cidades europeias;

  • Zona Industrial da Cova das Faias;

  • Iluminação das Igrejas e monumentos da cidade;

  • Parques de estacionamento subterrâneos;

  • A modernização dos equipamentos para os Bombeiros Municipais;

Em 2002, já como Provedor, iniciou a sua actividade na remodelação e/ou construção das várias edificações da Misericórdia, aí levando a cabo uma obra notável e grandiosa, que está à vista de todos:

  • No Lar Nossa Senhora da Encarnação geriu e executou várias obras nas cozinhas, enfermarias e quartos. Apoio Domiciliário para 42 idosos. Cantinas sociais com 100 refeições diárias;

  • Creche para 33 crianças (na Casa Sanches);

  • Auditório;

  • Residencial XXI (Assistida) com 33 camas;

  • Serviços Administrativos (na Casa Sanches);

  • Hospital D. Manuel de Aguiar, com novas áreas de

- Unidade de Cuidados Continuados (40 camas)

- Internamento Privado (10 camas)

- Área Cirúrgica (10 camas)

- Bloco Operatório com 2 salas e recobro com 4 camas

- Piscina hidroterapêutica

- Medicina Física e Reabilitação

- Consulta externa com várias especialidades (70 médicos)

- Imagiologia (TAC multicorte, RX, densitometria óssea, ortopantomografia, mamografia digital, ecografia, eco doppler, colonoscopia/dentalscan por TAC, citologia/biópsia)

A SITUAÇÃO NA SANTA CASA

Sabemos que a Santa Casa não possui outro património, que a ajude a pagar as suas atuais dívidas. Porém, a população em geral, devido a tanta obra já realizada (!) até talvez se convença do contrário, o que é, naturalmente, erradíssimo.

Face às frequentes notícias e anúncios da CS sobre os jogos e os milhões movimentados nas lotarias, nos totobolas, nos euro-milhões, raspadinhas, etc., tudo é explorado, apenas e só, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Todas essas enormes receitas ficam na capital, enquanto que para as Misericórdias da Província não é destinado um único cêntimo! Sabiam disso? Nem do próprio Orçamento do Estado, nem das Câmaras Municipais a Santa Casa recebe um único euro de comparticipação!

Cada uma das Misericórdias da província tem que se remediar e bastar só com as suas próprias receitas!

Antigamente era frequente as pessoas mais abastadas e generosas (e até também outras menos dotadas de bens) efectuarem doações às Misericórdias, quer de prédios quer de terrenos e, em troca, a Instituição acolhia-as nos seus lares e hospitais, até ao resto das suas vidas.

Essa prática tão humanitária e salutar quase deixou porém, inexplicavelmente, de se verificar hoje em dia.

Pensa-se que a razão principal está numa falha de comunicação e informação com a população em geral.

Ora, aqui está uma tarefa que bem se encaixava na responsabilidade do actual VP, promovendo campanhas:

  • Angariação de sócios Irmãos contra o pagamento mensal irrisório de 0,50€ (6€/ano);

  • Outra, de convite referente aos sacerdotes da região (pelo menos de Leiria e Fátima) para aceitarem serem também associados Irmãos, já que isso sempre foi tradicional, e até por a Misericórdia funcionar sob a tutela do Bispo da Diocese;

  • E outra ainda, de oferta/doação de bens à Misericórdia, por parte dos corações generosos da população.

O VP que se mantém no cargo, afinal, mais para fazer número, sentir-se-ia decerto mais ocupado e realizado escusando de perder tempo com campanhas de mal dizer e de crítica nos jornais!... esquecendo-se que há 12 anos ele próprio também tem elevadas responsabilidades e culpas no cartório…se houver, como ele diz, serviços internos a funcionar menos bem, do que seria desejável! É realmente preciso ter lata! E uma ausência de vergonha, quando se recorre à mentira e à calúnia, de quem, afinal, trabalha para a Santa Casa cem vezes mais do que o próprio! O que tem valido ao F. Lopes é bastarem-lhe 4 horas de sono por noite!

A recente visita do VP aos 2 lares da SCML (mais para “catequizar” os Irmãos, funcionários e internados e conquistar votos) suspeitando-se serem mais tiros que lhe vão sair pela culatra!...já que se esquece que está a lidar com gente que sabe bem discernir o objetivo de tais visitas!

Quanto à ”denúncia” inocente do Sr. VP sobre o caso de sarna detetado no Lar Nossa Senhora da Encarnação, isso foi do domínio público da comunicação social, tendo sido necessário isolar apenas um único residente.

É sabido que se tratou de uma afecção rebelde, bastante contagiosa, de difícil controlo e de evitar já que pode ser transmitida tanto por doentes como pelas visitas que diariamente frequentam o lar. Por terem sido tomadas as providências que a situação requeria, não se vê motivo para o alarme daquele responsável…a “limpar a água do capote”… como se nada tivesse a ver com o caso! Tanto mais que a Sr.ª Diretora do lar tê-lo-á esclarecido devidamente.

É pena que o Sr. VP só lá tenha ido por motivos eleitoralistas, porque, se lá voltasse posteriormente poderia ver que os colchões e as grades das camas já tinham sido substituídos poucos dias depois da vistoria da Delegação de Saúde!

“E esta, hein?”, como diria Fernando Pessa.

Entretanto, a Jornalista Patrícia Duarte (Diretora Adjunta do R.L.), convidada pelo Sr. VP, não foi condigna e devidamente esclarecida quanto ao que escreveu, apesar de no seu Editorial “Haja Misericórdia” de 5 de novembro, se ler algumas coisas interessantes e bastante elogiosas para F. Lopes, que vale a pena transcrever:

“Só os mais atentos têm ideia da dimensão de um barco chamado Santa Casa da Misericórdia de Leiria. E só os muito atentos conseguem ver a complexidade dos serviços ali prestados”…,e mais abaixo,

“Dentro da Instituição ninguém contesta publicamente a gestão do atual Provedor F. Lopes”… e quase a terminar,

“Fernando Lopes deu ao barco o rumo que quis e criou um colosso. Construiu infraestruturas, alargou o leque de serviços prestados e devolveu à Misericórdia o Hospital que este na origem da sua fundação”.

E tudo isto tem um só responsável – o atual Provedor.

No JL de 12 de novembro também o VP procurou a colaboração da Jornalista Maria Anabela, para atacar e difamar noutra frente da “guerrilha”. Pela voz do VP é acusado o Provedor de auferir salário superior a 2.000 € mensais, o que é redondamente falso, já que em mais de 14 anos e de intensa dedicação pela Santa Casa, NUNCA recebeu 1 cêntimo, um tostão, como Provedor!

Só já no atual mandato é que a Mesa Administrativa, através de uma proposta de 2 Irmãos mesários, no sentido de lhe ser atribuído uma verba, como Diretor Clínico, que já desempenhava há vários anos, mas seguramente inferior, e não superior, ao montante dos 2.000 € atrás citado.

A diferença afinal está só na simples troca do sinal “+” pelo “-“!… (mais outra mentira)!

Aquela proposta foi oportunamente aprovada pelo Senhor Bispo D. António Marto.

A RECENTE ASSEMBLEIA GERAL DE 21 DE NOVEMBRO

Quando em 12 de novembro, por indicação do Sr. VP, cita em título “Misericórdia afogada em dívidas”… está a falsear a realidade financeira, embora haja um empréstimo de cerca de 11 milhões a pagar à CGD (depois de já terem sido pagos cerca de 4 milhões)!

Garantiu-se assim a regularização mensal da dívida, sem alguma vez ter entrado em incumprimento perante o Banco, pelo que na Santa Casa, felizmente, ainda nada nem ninguém está afogada (só faltou na palavra umas aspas!).

Efetivamente, após tão grandes obras realizadas, o seu valor patrimonial melhorou muito substancialmente, não deixou de pertencer ao mesmo dono, acrescentado de apreciáveis mais-valias.

Também o caso foi apreciado na recente A.G. de ontem, onde de novo foi pelo VP tentada a falsa ideia de que a situação financeira da Instituição se aproximaria da falência, o que se veio a demonstrar não ser exatamente verdadeiro.

Efetivamente, o deficit real não teria ultrapassado em 2014, senão cerca de metade do que fora levianamente propalado para os Jornais por aquele responsável, com a maléfica intenção alarmista de desacreditar a atual gestão. Foi ali explicado que as dívidas que há a receber são, afinal, cerca do dobro das faturas a pagar!

O infeliz VP continua assim a dar mais tiros nos pés, agora ao pretender aproveitar-se da reunião da AG para prosseguir a sua inglória e inútil campanha eleitoral! Tempo perdido!

É que, apesar desse Senhor já ter votado favoravelmente o orçamento para 2016, aquando da sessão da Mesa Administrativa…veio agora, estranhamente, a votar com abstenção…com declaração de voto!... que lhe permitiu lançar mais algumas farpas eleitorais… que, no entanto, fizeram com que o feitiço se voltasse contra o feiticeiro!

É claro que o seu gesto foi veementemente reprovado pela generalidade da assistência (que era numerosa) tendo surgido várias e subsequente críticas de repúdio da Irmandade, concluídas com as maiores ovações da noite, a favor do candidato F. Lopes!

Outra situação embaraçosa para o VP surgiu quando não foi capaz de concretizar a insinuação torpe, relativamente aos familiares do Provedor a trabalhar na Santa Casa!

O Sr. VP sabe perfeitamente que o único familiar do Dr. F. Lopes, que vem trabalhando e recebe da Misericórdia, é o filho (engenheiro mecânico) e mesmo este nem pertence aos quadros da mesma, recebendo por Contrato de Prestação de Serviços (recibos verdes) apenas 975€/mês… e não os tais 1.500€/mês referidos pelo Sr. VP (mais outra mentira que só o desacredita).

Ainda sobre a crítica quanto aos familiares do Sr. Provedor…certamente que o Sr. VP não se queria referir nem à filha médica, nem ao respectivo companheiro (ambos Psiquiatras) que vão à Misericórdia dar consultas (pagas pelos próprios doentes ou pelo Estado para quem tiver cartão de saúde).

É que estes 2 médicos não recebem nem 1 cêntimo dos cofres da Misericórdia, antes pelo contrário, comparticipam-na com uma percentagem por consulta, como aliás também igualmente acontece com todos os cerca de 70 médicos especialistas, que lá trabalham, por marcação.

Mas o Sr. VP sabe que às acusações que faz lhe falta rigor e o devido fundamento.

À mulher de César não basta ser séria, tem também que parece-lo.

Está visto e provado, que não é candidato que sirva para gerir tão importante “colosso”, como lhe chamou à atual Misericórdia uma das Jornalistas atrás citada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na dura interpelação do Provedor na A.G. de ontem, este desafiou o candidato VP a indicar à Assembleia, pelo menos uma das suas propostas que tivesse levado à Mesa Administrativa para discussão e aprovação! então todos ali ficaram a perceber, que é sempre "mais fácil encontrar um mentiroso do que um coxo”… já que o referido candidato embatocou e nada mais conseguiu responder!... apesar de aos Jornalistas o ter acusado de “centralista”… e de “bloquear os investimentos”.

Viu-se ali um triste VP, “esfarrapado”, a patinar e a “engolir em seco”, incapaz de uma resposta esclarecedora! São assim os “valentes”… sem memória! Foi evidente que a Irmandade não embarca em aventuras, não é tola, sabendo o que quer (e o que não quer) e nos momentos oportunos sabe dar lições de civismo e no próximo dia 12 é que irá separar devidamente o trigo do joio!

É que o Dr. F. Lopes é de facto único – um homem simples e modesto, que tudo procura fazer, sempre com maior discrição, evitando dar nas vistas com “artifícios de pirotecnia”!...

Efetivamente, até parece estranho, com uma tão vasta e valiosa obra construída, bem no centro e à vista de toda a cidade, NUNCA se tivesse disposto a mostrá-la à comunidade, efetuando, como é normal uma inauguração condigna, com a habitual pompa e circunstância, na presença da C.S. e das mais elevadas Entidades do País.

Quantos Provedores deste País não desejariam poder dispor de uma obra desta envergadura?

Ainda sobre a A.G. de ontem, ficou bem patente a fibra e a garra do Sr. Provedor F. Lopes, que ali provou ter ainda muito para dar à Misericórdia!

Sente-se com forças e suficiente vitalidade e acredita-se na sua boa intenção, de querer morrer a trabalhar no D. Manuel de Aguiar, que reergueu do nada!

Parabéns, pá! Bem mereceste todos os aplausos dos Irmãos ali presentes, mas revoltados contra o tratamento incorreto e desrespeitoso do outro candidato, ao desprezar e desconsiderar os mais idosos, como coisas inúteis e descartáveis, já fora de validade!... isso chocou a assistência, fazendo com que alguns reagissem e repudiassem energicamente aquela atitude tão imprópria!

É que o Dr. Fernando Lopes NUNCA conheceu o amargo de uma derrota eleitoral, tanto como Diretor do Hospital Distrital de Leiria, onde foi escrutinado vitoriosamente em 3 eleições seguidas, nem como Provedor da Misericórdia, onde está há 15 anos seguidos, sempre por vontade e pelo querer da Irmandade que nele tem votado sucessivamente nas 5 últimas eleições!

É assim o destino de quem sabe estar com Deus na vida e pelo seu trabalho extremamente meritório, se entrega às causas nobres!

Obrigado, pois, Fernando Lopes, pela tua coragem permanente!

Força, que os Irmãos e a razão estão contigo!

Já conquistaste o direito a que o teu nome figure na esquina duma rua da cidade!

Há uma dívida de gratidão da nossa terra para contigo!

Que Deus te ajude e continue a proteger, porque Ele já abençoou a tua obra!

Um abraço amigo do Irmão Martinho Carvalho Leal