Opinião

Incontornável

13 out 2016 00:00

Pode ser redutor chamar “Catálogo” a este cuidadoso olhar sobre um conjunto de pinturas, umas preciosas, outras quase desinteressantes e algumas nem uma coisa nem outra, que se abrigam, em excelentes condições.

No dia 24 de setembro e no local onde devia ser - o Museu de Leiria - foi lançado pelo Município o catálogo Coleção de Pintura Séculos XVI – XVIII: Museu de Leiria, de Jorge Estrela. É um acontecimento extraordinário que deve por isso ser sublinhado uma e outra vez até até que seja definitivamente arrancado a qualquer tentativa de redução ao efémero dos eventos comuns.

Temos de recuar 12 anos, a 2004, para encontrar na publicação da 2.ª edição revista e ampliada da monumental Introdução à História do Castelo de Leiria de Saul António Gomes para encontrar entre as parcas edições municipais uma obra de referência absolutamente incontornável sobre a história local.

Pode ser redutor chamar “Catálogo” a este cuidadoso olhar sobre um conjunto de pinturas, umas preciosas, outras quase desinteressantes e algumas nem uma coisa nem outra, que se abrigam, em excelentes condições, finalmente, no Museu mais do que sonhado pelo Jorge Estrela e por tanta outra gente. Mas a verdade é que de um catálogo se trata: o da exposição em 2005, no Edifício do Banco de Portugal, que deu a ver pela primeira vez aos olhos de todos, restauradas e restauradas na sua dignidade, um conjunto de 54 pinturas da Coleção.

Todos os textos, quer do ensaio sobre Pintura em Leiria quer dos comentários às obras, são composições brilhantes de erudição e sagacidade que cumprirão certamente, devagar devagarinho, o seu objetivo confesso de “conduzir os leirienses a uma melhor compreensão do espaço onde vivem”.

*Dramaturgo
Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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