Opinião

Charlottesville

25 ago 2017 00:00

Faço parte de uma geração que tem ainda bem presente o movimento pelos direitos civis dos negros americanos, que ocorreu principalmente na década de 50 e 60 do século XX.

Não esqueço a repugnância que sempre senti face aos opositores a esse movimento, onde se destacava o Ku Klux Klan, cujos membros, com os seus capuzes brancos, transpiravam ódio e impunham o terror, não apenas sobre os negros mas igualmente sobre todos os que apoiavam o movimento pelos direitos civis.

Pensava eu que no século XXI, e após um negro ter sido presidente dos Estados Unidos, não voltaria a ser confrontada com esse cenário de ódio e horror. Mas tal voltou a acontecer no dia 12 de Agosto de 2017 em Charlottesville, pequena cidade do Estado da Virgínia.

Com o pretexto de a Câmara ter decidido retirar de um parque da cidade a estátua de Robert E. Lee, general do exército confederado na Guerra da Secessão, considerado um símbolo da escravatura e do racismo, a extrema-direita, neonazis, defensores da chamada “supremacia branca” e membros do Ku Klux Klan vindos de vários pontos do pais convergiram para as ruas de Charlottesville.

Empunhando bandeiras que ostentavam símbolos nazis, alguns deles usando os capuzes brancos do K. K. K., munidos de paus e tochas, agrediram de forma violenta e selvática todos que se lhe opunham. E a violência atingiu tal intensidade que, num puro acto de terrorismo, um desses manifestantes atirou o veículo que conduzia para cima de um grupo de pessoas, causando intencionalmente a morte de uma mulher, Heather Heyer, e provocando 19

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